"O Vingegaard estava doente. Tossia muito e tinha dificuldades em respirar corretamente" - Sepp Kuss revela bastidores da vitória de Vingegaard na Vuelta 2025

No dia em que completou 31 anos, Sepp Kuss voltou a provar porque é considerado um dos melhores domestiques da sua geração. O norte-americano brilhou na mítica Bola del Mundo, cruzando a meta no segundo lugar, apenas atrás do seu líder Jonas Vingegaard, resultado que o levou também ao sétimo posto da classificação geral final da Volta a Espanha 2025.

Presença indispensável nos triunfos da Team Visma | Lease a Bike, Kuss desempenhou papéis decisivos nas vitórias de Vingegaard e Roglic em Grandes Voltas anteriores, incluindo a conquista pessoal da Vuelta em 2023. Desta vez, voltou a estar no momento certo, quando mais importava. "É um dia especial", afirmou após a etapa. "Esta subida deu-me a minha primeira vitória numa Grande Volta e foi também onde ganhei uma Grande Volta pela primeira vez com o Primoz. Voltar a ganhar aqui com o Jonas, especialmente depois da forma como ele me apoiou em 2023, é um sonho."

A vitória de Vingegaard na etapa e a consagração definitiva da camisola vermelha dissiparam dúvidas sobre a sua condição, depois das dificuldades sentidas na segunda semana. "Ele estava doente. Tossia muito, tinha dificuldade em respirar corretamente", revelou Kuss. "Para terminar uma Grande Volta, é preciso estar a 100% e ele estava a sofrer todos os dias. Mas na terceira semana, ele deu a volta por cima e hoje viu-se o resultado."

O próprio Kuss mostrou mais uma vez a sua capacidade de crescer nas últimas semanas. "Parece que tenho sempre uma subida brutal no meu aniversário", brincou. "Primeiro o Angliru e agora a Bola del Mundo, grandes presentes."

Apesar das baixas que reduziram a equipa a seis ciclistas na última semana, a Visma voltou a impor a sua força coletiva, unindo tática e resistência. "É realmente algo especial o que fizemos aqui. Apenas seis de nós partiram esta semana, mas todos trabalhamos arduamente, todos fazem parte desta vitória", destacou Kuss.

A semana final da corrida foi ainda marcada pelas manifestações pró-palestinianas que criaram atrasos e momentos de tensão em zonas urbanas. O americano reconheceu o impacto, mas elogiou a organização. "Esperávamos algumas perturbações ao passar pelas grandes cidades, houve um pouco de caos", admitiu. "Mas nunca me senti inseguro. Os organizadores e a polícia fizeram um ótimo trabalho para garantir a nossa segurança."

Com mais um top-10 em Grandes Voltas e a reputação reforçada como gregário de referência em alta montanha, Kuss soma um aniversário inesquecível e continua a construir, de forma discreta mas sólida, uma das carreiras mais respeitadas do ciclismo moderno.