A Volta à França de 2025 é a maior e mais importante corrida da época e este ano disputa-se entre 5 e 27 de julho. O percurso foi revelado no passado mês de outubro e começará no noroeste do país, em Hauts-de-France, com algumas etapas para os sprinters e ciclistas de clássicas.
As montanhas chegarão à 12ª etapa, com o pelotão a entrar nos Pirinéus, onde enfrentarão uma chegada ao alto de Hautacam, um contrarrelógio montanhoso em Peyragudes e uma chegada em alto em Superbagnères. A última semana terá o regresso do famoso Mont Ventoux na 16ª etapa e duas etapas nos Alpes com finais no Col de la Loze e La Plagne - antes do regresso a Paris.
Etapa 1: Lille - Lille
A corrida começa com uma etapa plana em Lille, onde os sprinters terão a oportunidade de conquistar a primeira camisola amarela pela primeira vez em vários anos. Os ciclistas terão três subidas de quarta categoria onde poderão lutar pela primeira camisola da montanha e uma delas será a famosa subida em paralelos do Mont Cassel - habitualmente utilizada nos 4 Dias de Dunquerque.
No entanto, neste dia, nem as subidas nem o sprint intermédio inicial deverão influenciar o resultado do dia, mas todos estarão a poupar as pernas para a parte final da corrida no que deverá ser um final rápido em Lille.
Será também bastante técnico. Não necessariamente no último quilómetro mas sim na aproximação e sendo este o primeiro dia significa que a maioria dos ciclistas chegará muito fresco, as velocidades serão muito elevadas e as equipas da geral procurarão entrar nesta zona na frente. No final, será um sprint plano e nada deverá atrapalhar os especialistas puros.
Etapa 2: Lauwin-Planque - Boulogne-sur-Mer
A segunda etapa da corrida deverá ter um final ao sprint em Boulogne-sur-Mer, embora alguns sprinters devam ser deixados para trás nas subidas íngremes que a antecedem. Com 209 quilómetros de distância, não haverão subidas longas ou demasiado difíceis, mas as lutas pelo posicionamento e os esperados ataques farão com que o final seja muito rápido.
A 30 quilómetros do final, há uma subida de 1,1 quilómetros a 9% e, depois, uma outra subida de caraterísticas semelhantes, com o alto a apenas 8 quilómetros do final. Aqui podemos ver ataques, pois a descida é muito rápida e depois temos outra subida muito explosiva de 800 metros a 8%, que termina a apenas 4 quilómetros do fim. Esta subida será perigosa caso hajam cortes e os ataques poderão ser bem sucedidos, pois será muito difícil organizar qualquer perseguição. A descida para Boulogne-sur-Mer será muito rápida e os ciclistas chegarão à subida final muito rapidamente.
A rampa final para a meta tem 1,2 quilómetros a 3,8%. O início da subida irá quase aos 10%, o que significa que poderemos assistir a ataques... Mas é provável que algumas equipas consigam controlar o final e, depois, decidir a corrida ao sprint.
Etapa 3: Valenciennes - Dunkerque
O terceiro dia de corrida terá lugar entre Valenciennes e Dunquerque e será mais um dia para os sprinters, para encerrar a Grand Depart na região de Hauts-de-France. Não há muito a analisar do dia, é quase um dia plano, com exceção de uma subida muito pequena.
Essa será... novamente o Mont Cassel. Tal como na etapa 1, o pelotão vai subir a subida empedrada, mas não será suficientemente dura para causar grandes. Todas as atenções estão viradas para o sprint final, que será muito rápido.
Os últimos 30 quilómetros são quase em linha reta em direção à cidade costeira e depois viramos para uma estrada mais pequena a 1,5 quilómetros do fim. Não é um final técnico e deverá ser muito rápido, onde o tempo será crucial.
Etapa 4: Amiens - Rouen
A segunda chegada em subida da corrida terá lugar em Rouen e é um final explosivo e emocionante. Os últimos 21 quilómetros têm quatro subidas, a última das quais a apenas 5 quilómetros do final, com 900 metros de comprimento e mais de 10%. Os primeiros dois terços do dia são completamente planos, o que levará a um final muito rápido, onde os sprinters e os ciclistas de clássicas darão o seu melhor.
Os últimos 30 quilómetros são complicados... 1,3Km a 9,2% (a 28Km da meta), 900 metros a 7% (a 20Km da meta), 1,8Km a 4,8% (a 12Km da meta) e 800 metros a 9,1% (a 5Km da meta) podem ser decisivos para o desfecho da etapa. Na realidade, será tudo um aperitivo até ao último, onde as rampas chegam aos 17%.
Há um planalto depois do alto, o que significa que os ataques também podem surgir depois do alto. Os ciclistas da geral precisam de estar o mais fortes possíveis e vão preparar-se para atacar a corrida, mas alguns ciclistas de clássicas poderão atacar durante e depois da subida. Se alguém tiver uma vantagem na descida, será muito difícil de os alcançar.
Etapa 5 (CRI): Caen - Caen
O único contrarrelógio plano da corrida chega bastante cedo, naquela que deverá ser a primeira grande luta pela classificação geral. Em Caen, os homens da geral vão ter 33 quilómetros para fazer a diferença.
Um esforço de ida e volta à volta da cidade, com pouco mais de 30 minutos de duração que não será facil para todos os ciclistas. No final do dia deverão haver diferenças significativas na classificação geral e talvez menos tensão na luta pela geral nos dias seguintes da corrida.
Etapa 6: Bayeux - Vire
O terceiro final em ligeira subida da primeira semana, agora na Normandia. Esta é uma primeira semana complicada para o Tour e continua a apresentar perfis que deverão proporcionar finais bastante emocionantes. É mais uma etapa de mais de 200 quilómetros, com um sprint intermédio inicial que poderá resultar em muita ação. Mais tarde, não serão apenas os sprinters a entrar em ação, mas também os ciclistas da geral e os especialistas em clássicas, mesmo que uma fuga também possa ser bem sucedida nesse dia.
A 11,5 quilómetros do final, há uma rampa de 750 metros a 9% que dará início à fase final da etapa. Logo a seguir, as equipas continuarão a esforçar-se para se manterem à frente do pelotão até à próxima subida, onde poderemos assistir a alguns ataques perigosos. 1,2 quilómetros a 7,2%, a 4 quilómetros do final.
Depois temos uma descida muito rápida e uma zona plana até aos últimos 700 metros a subir a 10% em direção à meta, onde poderá haver trepadores, ciclistas de clássicas e sprinters a lutar pela vitória.
Etapa 7: Saint-Malo - Mur-de-Bretagne
O quarto final explosivo da semana, no famoso Mur-de-Bretagne. De forma geral, é um dia em que a maioria vai tentar poupar-se e, em seguida, dar tudo por tudo na subida final, que não será técnica.
A 15,5 quilómetros do final, os ciclistas vão subir o Mur de Bretagne pela primeira vez e, logo a seguir, têm uma segunda colina. Mas depois a corrida irá dirigir-se rapidamente para a meta numa longa descida onde as principais equipas irão usar os seus elementos para se colocarem na frente à entradas das rampas íngremes que marcam o final da etapa.
Um dia em que os ciclistas vão guardar tudo para os últimos 2 quilómetros, com uma média de 6,9%. O primeiro quilómetro têm uma média de 10% e é percorrido em linha reta e, depois, a inclinação torna-se progressivamente mais fácil, o que tornará a subida muito difícil de gerir.
Etapa 8: Saint-Méen Le Grand - Laval
Mais uma etapa para os sprinters puros, um dia de transição pelo território francês que termina na cidade de Laval. Um dia de transição sem nada para analisar, uma vez que não haverá qualquer subida durante o dia, mas todas as atenções estarão viradas para o sprint final.
Não será uma corrida fácil. A velocidade será muito elevada, tendo em conta que não haverá nada ao longo do dia que possa cansar os ciclistas a um nível significativo. Haverão algumas rotundas que esticarão o pelotão e os últimos 1,3 quilómetros têm uma ligeira subida.
Será um sprint interessante mãs não será uma chegada para sprinters puros.
Etapa 9: Chinon - Chateauroux
A etapa 9 terá lugar entre Chinon e a cidade de Chatearoux, onde os sprinters terão a sua última oportunidade na primeira semana. Mais uma vez, um dia sem incidentes no que diz respeito ao percurso, mas os ciclistas não se importarão de ter mais um dia calmo.
Os ciclistas vão atravessar a cidade durante os últimos quilómetros, o que pode trazer alguns desafios em termos de obstáculos, mas em termos de mapa o percurso é bastante claro. A 2,2 e 1,5 quilómetros do final haverão duas curvas de 90 graus para esticar as coisas, mas a reta final ainda é suficientemente longa para recuperar posições antes do que deverá ser um sprint puro.
Etapa 10: Ennezat - Mont Dore-Puy de Sancy
No dia da Bastilha temos uma etapa com 4400 metros de acumulado, com sete subidas categorizadas e um constante sobe e desce. Um dia para os ciclistas das clássicas (se uma fuga for bem sucedida), mas provavelmente também um dia para haver luta pela classificação geral, e muito pode acontecer aqui. Haverão muitas armadilhas. Mesmo que os ciclistas da geral resistam ao terreno caótico, os últimos 3,3 quilómetros têm uma média de 8% e deverão ver os candidatos à vitória a testar as pernas à concorrência.
Este dia tem tudo para ser caótico. Este é um dia com muita subida, nenhuma delas demasiado longa ou difícil, mas o cansaço vai-se acumulando lentamente ao longo das horas antes de chegar à subida final.
A penúltima subida do dia tem 5 quilómetros, com pouco mais de 6%, e termina a 10 quilómetros da meta. Uma subida dura, mas a luta pelo posicionamento no alto será certamente louca, pois a descida é técnica e leva diretamente à base da subida final. Este final não será explosivo, é uma subida em linha reta, mas os 3,3 quilómetros a 8% podem criar algumas diferenças se for atacada com força, especialmente se for desde o início.
Etapa 11: Toulouse - Toulouse
A segunda semana começa com um dia que começa e termina em Toulouse. Um dia potencialmente para uma fuga, ataques tardios ou um sprint num grupo reduzido. O final tem bastantes pequenas subidas que podem fazer explodir a corrida. É uma etapa curta, com 156 quilómetros, mas que no final terá zonas onde a corrida pode explodir.
Temos um constante sobe e desce na fase final, mas a mais difícil será a última e teremos uma grande luta à aproximação desta subida. A Côte de Pech David tem 800 metros a 10% e termina a apenas 9 quilómetros do final. Depois de uma pequena descida, os ciclistas já estarão em Toulouse e vão atravessar a cidade para chegar a um final que será plano e onde o mais provavel é termos uma chegada ao sprint.
Etapa 12: Auch - Hautacam
A primeira etapa de alta montanha da corrida. Depois de um início plano, os ciclistas entram nos Pirinéus e a subida final para Hautacam pode causar sérias diferenças. Com partida em Auch, os ciclistas irão ter certamente um início de dia calmo, mas isso vai mudar na parte final, com os ciclistas a entrarem nas montanhas.
O Col du Soulor será a primeira subida propriamente dita da corrida e uma dura entrada para muita gente no pelotão. O topo da subida, a 46 quilómetros do fim, tem 11,6 quilómetros a 7,6% de inclinação, o que poderá rapidamente destruir o pelotão.
Pouco depois de uma descida, segue-se o Col des Bordères, com 3,3 quilómetros a 8%, que termina a 35 quilómetros da meta. Será então uma aproximação muito rápida à subida final.
São 13,6 quilómetros a 7,8% que, no passado, criaram grandes diferenças no Tour. Espera-se que aconteça o mesmo desta vez. É a primeira chegada em alto da corrida, nas altas montanhas, numa subida onde Jonas Vingegaard já bateu Tadej Pogacar.
Etapa 13 (CRI): Loudenvielle - Peyragudes
O segundo dia de montanha é um espetáculo invulgar no Tour: Uma cronoescalada! Depois de alguns quilómetros planos o pelotão enfrenta uma subida de 8km para Peyragudes. A subida tem uma média de quase 8% e apresenta a brutal rampa para a entrada do altiporto que se tornou famosa nos últimos anos.
Olhando para o
perfil ao pormenor, podemos ver que os primeiros 3 quilómetros são maioritariamente planos e levantarão questões sobre o material que será utilizado pelos ciclistas no seu esforço. Bicicletas de contrarrelógio ou bicicletas normais?
Poderão fazer-se diferenças, principalmente nas subidas. Embora o perfil não o indique, a rampa final até à meta chega aos 20%.
Etapa 14: Pau - Luchon-Superbagneres
Antes de deixarem os Pirinéus, os ciclistas enfrentam um dia com 5000 metros de acumulado. Quatro subidas longas e constantes, a última das quais para Superbagneres. Mais uma vez o início de etapa será plano o que significa que para chegarmos a estes números o final da etapa será bastante duro.
Como acontece praticamente todos os anos, os ciclistas vão subir o Col du Tourmalet, que terá 19 quilómetros a 7,4%. No entanto, a 93 quilómetros do final, este será um aperitivo para o que teremos mais tarde. Mas o mais provável é que todas as três subidas antes da subida final sirvam para cansar e não sejam atacadas em força.
O Col d'Aspin (5 km a 7,4%) terminará a 63 km do fim e, mais tarde, o Col de Peyresourde (7 km a 8,1%) terminará a 32 km do fim. Ambas são duras, relativamente íngremes, e irão cortar bastante o pelotão antes da subida final. Mas as verdadeiras diferenças só se farão então em Superbagneres.
A subida tem 12,6 quilómetros a 7,4%, bastante constante e difícil. Com 1800 metros de altitude na chegada é uma subida que apresenta vários desafios. As inclinações nunca serão verdadeiramente brutais, mas o quilómetro mais difícil é o último, pelo que poderemos ver algumas diferenças significativas, mesmo que os ataques só surjam no final.
Etapa 15: Muret - Carcassonne
Em teoria o percurso favorece os sprinters, mas a organização introduziu subidas desafiantes que podem dinamitar o pelotão e afastar os homens rápidos. Depois de um início plano e controlado, surgem duas subidas determinantes. A primeira tem 10 quilómetros, com os 6 iniciais a rondar os 6%, mas é no Pas du Sant que tudo pode mudar: 3 km a 9%, seguidos de um falso plano de 11 km a 3%. Duro demais para os sprinters, tentador para os atacantes.
Com a última subida a 52 km da meta e um final tendencialmente descendente, um grupo forte em fuga poderá ser incontrolável. Se, contra as probabilidades, houver sprint em Carcassonne, será num final rápido.
Etapa 16: Montpellier - Mont Ventoux
A primeira jornada da semana decisiva apresenta-se com um perfil maioritariamente plano até aos últimos quilómetros, que terminam de forma abrupta na mítica ascensão ao Mont Ventoux. A partida é em Montpellier e o percurso que se segue é especialmente dado aos ventos, pelo que as equipas terão de estar constantemente em alerta para eventuais abanicos. No entanto, caso as condições meteorológicas não sejam adversas, teremos de esperar pela subida ao Ventoux para termos fogo de artificio.
O Géant de Provence não perdoa: são quase 16 quilómetros a uma média de cerca de 9%, já após uma secção em falso plano que serve apenas para desgastar as pernas aos ciclistas. É um colosso talhado para os trepadores mais puros, onde as diferenças costumam ser feitas tanto pelas pernas como pelo clima, já que o vento e a temperatura nesta montanha podem ser tão determinantes quanto a pendente.
É um cenário ideal para assistirmos a ataques entre os candidatos à geral. Se houver alguma tensão na classificação geral, o Ventoux pode ser o palco onde se desfazem alianças, se invertem hierarquias e se definem destinos. Uma subida que, mesmo sem fogo-de-artifício nos quilómetros iniciais, tem tudo para incendiar a corrida no final.
Etapa 17: Bolléne - Valence
Mais uma jornada reservada aos homens rápidos do pelotão, e desta vez parece não haver grandes obstáculos no caminho até Valence. Pode mesmo tratar-se da última oportunidade de sprint da corrida, o que aumentará ainda mais a motivação e a tensão entre as equipas com interesse neste tipo de final.
A primeira metade da etapa apresenta algumas subidas, mas nada suficientemente exigente para provocar seleções significativas. A formação de uma fuga será difícil, sobretudo porque há cada vez menos espaço para os aventureiros brilharem e os sprinters sabem o que está em jogo.
Com as grandes montanhas a moldar o panorama nos dias seguintes, é de prever um ritmo mais controlado, com o pelotão a ter um dia de descanso relativo antes do previsível caos dos últimos quilómetros. O final da etapa é marcado por uma curva apertada a 600 metros da meta e depois será a todo o gás até à linha de meta.
Etapa 18: Vif - Courchevel
A etapa 18 da
Volta a França será, muito provavelmente, o dia mais duro da corrida. Com um acumulado brutal de 5500 metros e longas passagens em altitude, o percurso pelos Alpes levará os ciclistas ao limite da resistência e da táctica. Três colossos alpinos marcam este dia decisivo: Col du Glandon, Col de la Madeleine e o terrível Col de la Loze, que acolhe a meta em Courchevel.
O Col du Glandon, com 21,7 quilómetros a 5% de inclinação média, é bem mais do que os números sugerem. Trata-se de uma subida extremamente irregular, com duas curtas descidas e vários troços onde a pendente ultrapassa os 10%. A sua inconsistência torna-a propícia a movimentos tácticos e ataques de trepadores puros que consigam lidar com mudanças de ritmo. A fuga do dia poderá formar-se nesta subida e não será surpreendente se o grupo da frente for composto por nomes de peso. Também é possível que ciclistas intercalados na classificação tentem aqui fazer a ponte para a frente da corrida.
A seguir vem o Col de la Madeleine, um monstro mais regular: 19,3 quilómetros a 7,8% de inclinação média. É uma subida sem espaço para descansar e onde manter o ritmo é fundamental. Quando o topo for alcançado, os ciclistas estarão a 67 quilómetros da meta. Segue-se uma descida técnica e rápida até ao inicio da subida final.
A etapa termina em Courchevel, mas será feita por um dos lados menos habituais do Col de la Loze. Desta vez, a subida até à meta terá 26,3 quilómetros a 6,4% de pendente média, que exigirá cerca de uma hora de esforço contínuo. A primeira parte é relativamente constante, mas os últimos quilómetros são uma tortura. Rampas irregulares com inclinações superiores a 10%, alternando com breves planaltos e até algumas descidas, tornam impossível encontrar um ritmo confortável. Será aí que as diferenças poderão ser devastadoras.
Etapa 19: Albertville - La Plagne
Com apenas 130 quilómetros, a etapa que termina em La Plagne concentra cinco subidas categorizadas e não oferece um metro plano, desenhando um cenário explosivo desde o quilómetro zero até à meta.
Logo na abordagem inicial, os corredores enfrentam uma sequência exigente: 11,3 quilómetros a 5,2% seguidos pelo Col de Saisies, com 13,8 quilómetros a 6,4%. Este duplo obstáculo pode provocar cortes no pelotão e dar origem a um início frenético, propício à formação da fuga do dia e a movimentações tácticas antecipadas.
O Col du Pré surge como o maior teste intermédio: é a subida mais dura do dia e nos seus 7,6 quilómetros finais, ultrapassa os 9% de inclinação média. O topo está ainda a 64 quilómetros da meta, mas o desgaste acumulado poderá começar a revelar diferenças importantes entre os homens da geral. Segue-se a passagem parcial pelo Cormet de Roseland, com o topo a 51 quilómetros do final, antes de uma longa e rápida descida que lançará os ciclistas para a subida decisiva.
A subida final a La Plagne tem 19 quilómetros de extensão e mantém uma inclinação média superior a 7%. É uma ascensão implacável, que testa a capacidade de resistência e gestão de esforço ao mais alto nível. Num cenário de alta montanha como este, após uma semana exigente, só os trepadores mais puros conseguirão impor-se. Com quase uma hora de subida constante, esta será uma batalha directa entre os homens da geral, num momento em que já não haverá margem para esconder fraquezas.
Etapa 20: Nantua - Pontarlier
A etapa 20 será um dia montanhoso e poderemos ver uma fuga a ter sucesso no dia. Poderemos ver muitos ciclistas de clássicas, sprinters e até mesmo trepadores ou homens da classificação geral que ainda queiram lutar por uma melhor posição na classificação geral final.
Não é habitual termos uma penúltima etapa da Volta a França com um perfil destes. A subida de 12 quilómetros no início do dia pode ser bastante interessante e depois dela há diferentes tipos de subidas onde os homens com boas pernas podem tirar partido do perfil para atacar e tentar ganhar a etapa.
A 63 quilómetros do final, os ciclistas enfrentam a Côte de Thesy, que é uma subida difícil, onde podemos ver algum homem da classificação geral tentar mexer com a corrida, num ultimo suspiro de poder mudar alguma coisa.
Mesmo que isso não aconteça, será uma etapa muito interessante, com muitas subidas ao longo da última hora de corrida. Terreno para rouleurs e ciclistas de clássicas... A última subida aparecerá a 10 quilómetros do fim.
Etapa 21: Mantes-la-Ville - Champs-Elysées
A última etapa da corrida regressa a Paris, este ano com uma novidade. Os organizadores do Tour decidiram fazer um final difícil, com o pelotão a passar por três vezes pela subida empedrada de Montmartre, naquele que é um circuito final explosivo (como foi o caso dos Jogos Olímpicos).
Teremos champanhe no início do dia? Porque a subida aparece cedo e a abertura do champanhe poderá ficar adiada... ou a organização tem em mente uma secção neutralizada no dia. Uma etapa em que para variar podemos ter uma fuga forte e lá atrás uma perseguição para tentar lutar pela vitória no dia.
No circuito final, três subidas de Montmartre (1Km a 4,8%) com as inclinações a chegarem quase aos 10%. Uma subida muito explosiva, com muitos adeptos... terminará a 6 quilómetros da meta e teremos uma corrida rápida no regresso aos Campos Elísios, onde poderemos não ter como de costume um final ao sprint.