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Liege-Bastogne-Liege, quarto Monumento da temporada, proporcionou um final sem grande história na luta pela vitória:
Tadej Pogacar, o homem a bater, não encontrou resistência e isolou-se com facilidade para conquistar mais um triunfo impressionante. A sua exibição, assim como a de Remco Evenepoel, foi tema de análise entre os especialistas internacionais.
"Ele só queria testar as águas, perceber o que aconteceria se se mexesse. Só que o resto do pelotão já estava completamente cozido e não havia resposta possível", escreveu Marc Sergeant na sua coluna no Het Nieuwsblad sobre o ataque de Pogacar.
Sergeant também destacou o papel fundamental da UAE Team Emirates: "Esse é o grande mérito dos Emirados. A equipa funciona de forma tão harmoniosa que torna tudo mais fácil para o Pogacar: é fenomenal. O grande trunfo dele não é apenas o talento individual, mas o facto de, em qualquer situação, ter sempre um colega de equipa por perto."
De facto, após o seu ataque, Pogacar distanciou-se sem contestação, aumentando a vantagem de forma confortável até à meta. Remco Evenepoel, por seu lado, teve um dia menos inspirado. Incapaz de responder em Roche-aux-Faucons, perdeu o contacto com o grupo dos favoritos.
Ainda assim, Sergeant defendeu o Campeão Olímpico: "Se eu fosse o Evenepoel, não me preocuparia muito. Dê tempo a si próprio. Se ele cometeu algum erro, foi o de alinhar com expectativas demasiado altas depois da vitória no Brabantse Pijl. É quase inevitável que alguém que esteve tanto tempo afastado acabe por se defrontar com limitações físicas numa fase."
Por outro lado, Sergeant reservou elogios especiais para
Thibau Nys, jovem promessa da Lidl-Trek, que brilhou ao terminar em 5.º lugar na Liege-Bastogne-Liege, depois de já ter sido 12.º na Amstel Gold Race e 8.º na Flèche Wallonne.
"Tiremos o chapéu a Thibau Nys e à Lidl-Trek. Hoje em dia, os jovens são atirados muito cedo para as maiores corridas, o que, por vezes, gera desilusões. Mas a Lidl-Trek foi inteligente: deixaram o Nys crescer com calma. Primeiro uma vitória numa etapa na Hungria, depois a Romandia, e mais tarde a Volta à Suíça — cada vez mais difícil. Foram construindo passo a passo."
Sergeant acredita firmemente no futuro do jovem belga: "Em breve, o veremos a vencer uma etapa na Volta a França. E a longo prazo, poderá ganhar um Monumento como a Liege-Bastogne-Liege. Nys ainda não está ao nível deste Pogacar, mas este domínio absoluto não vai repetir-se todos os anos. Se daqui a uns anos ele chegar à meta num grupo restrito com quatro ou cinco nomes fortes, a sua velocidade final poderá torná-lo vencedor."