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Amstel Gold Race de 2025 foi o palco do aguardado primeiro confronto direto da temporada entre
Tadej Pogacar e
Remco Evenepoel. E, apesar de Mattias Skjelmose ter surpreendido os dois gigantes com uma vitória histórica ao sprint, o duelo entre o esloveno e o belga já fez reacender todas as expectativas para o grande embate final desta primavera: Liège-Bastogne-Liège.
Com Mathieu van der Poel fora da equação nesta fase do calendário — depois de ter vencido Pogacar na Milan-Sanremo e Paris-Roubaix — o esloveno da UAE Team Emirates parece ter o caminho mais livre para somar mais um Monumento. No entanto, a Liège, que se corre no próximo domingo, guarda um desafio com sabor especial: Remco Evenepoel está de volta ao seu território favorito.
Ambos têm dois triunfos na Doyenne, mas nunca se enfrentaram diretamente em boas condições na clássica das Ardenas. Desde 2020, quando Primoz Roglic conquistou a prova, que Pogacar e Evenepoel têm dominado alternadamente. Agora, tudo aponta para o primeiro embate direto pela vitória em Liège entre os dois supercampeões.
Antes disso, a Flèche Wallonne serve de aperitivo na quarta-feira. Mas é no domingo que se espera a explosão.
Thomas De Gendt aponta desgaste em Pogacar
Em entrevista ao
Het Nieuwsblad,
Thomas De Gendt analisou a forma atual de Pogacar, levantando dúvidas sobre o impacto de uma primavera longa e agressiva, especialmente com a inclusão da exigente Paris-Roubaix no seu calendário.
"Acho que Roubaix lhe fez mais mal do que bem. Aquilo é uma agressão para o corpo", afirmou De Gendt. "Além disso, voltaram a começar o final da corrida muito cedo. Quando ouvi os valores que pedalaram, percebi tudo."
Segundo o belga, a performance de Pogacar na Amstel — onde foi apanhado por Evenepoel e Skjelmose — mostrou que o campeão do mundo não estava no seu pico de forma, mesmo com a vitória na Volta à Flandres ainda fresca.
Ainda assim, De Gendt não descarta um regresso à melhor forma já este fim de semana:
"Com o Tadej, nunca se sabe. Não é suposto alguém recuperar o topo de forma ao fim de oito semanas seguidas de esforço… mas ele não é um ciclista normal."
Remco com o ímpeto do seu lado
Se Pogacar parece estar a sentir o peso das últimas semanas, Remco Evenepoel chega com a frescura e a confiança renovadas. Após meses de ausência, voltou a vencer logo no seu regresso, no Brabantse Pijl, e ficou a centímetros do triunfo na Amstel.
"O Remco está faminto por vitórias. Está mais fresco e já mostrou que pode bater o Wout ao sprint. Isso assustou muita gente", disse De Gendt.
A grande incógnita será o ataque decisivo na Côte de la Roche-aux-Faucons, onde Pogacar poderá tentar fazer a diferença com a sua explosividade. Ainda assim, De Gendt deixa um aviso:
"O Remco, neste momento, consegue ir para a meta com um grupo e vencer ao sprint. Se queremos batê-lo, temos de nos afastar dele antes."
A Liège-Bastogne-Liège promete assim ser o capítulo final de uma primavera marcada pelos duelos entre titãs. Pogacar quer recuperar o trono. Remco quer reconquistá-lo. E o pelotão, dividido entre os dois, procura espaço para um novo herói.