Primoz Roglic não baixa a cabeça e vai à luta: "Ainda há muito Giro pela frente, mas primeiro temos de tratar as feridas e tentar recuperar"

Ciclismo
domingo, 18 maio 2025 a 23:46
primozroglic
A tão temida 9ª etapa da Volta a Itália 2025, marcada pelos exigentes setores de sterrato nas colinas da Toscana, transformou-se num pesadelo para Primoz Roglic. O líder da Red Bull – BORA – Hansgrohe, até então o principal candidato à Maglia Rosa, caiu, furou e terminou o dia fora do top 5 e quase fora do top 10, ultrapassado por quatro homens da UAE Team Emirates – XRG, que dominaram por completo uma das etapas mais caóticas dos últimos anos.
O infortúnio começou a 51 km do fim, quando um ciclista da INEOS Grenadiers caiu ao entrar num setor de gravilha e Roglic foi um dos vários que não conseguiram evitar o engarrafamento. Recuperou, mas alguns quilómetros depois, um furo cortou-lhe completamente o ritmo. Sem coesão coletiva da BORA nesse momento, o esloveno ficou isolado num cenário tático e físico adverso.
“Foi difícil, não foi? O ritmo na frente… Na parte de trás não me senti realmente o melhor dos melhores”, admitiu um Roglic visivelmente desgastado após a chegada à Piazza del Campo, em Siena. "Terminámos, temos de ver o que fazer a seguir".
Sem equipa em seu redor - à exceção do jovem e incansável Giulio Pellizzari, que foi fundamental ao longo de uma hora de perseguição - Roglic ainda contou com alguma colaboração inesperada de Tom Pidcock e Derek Gee, também atrasados devido ao caos. Mas a recuperação foi insuficiente: perdeu 2:32 para Isaac del Toro e 1:15 para Juan Ayuso. Um duro golpe na classificação geral e na confiança da estrutura alemã.
“Hoje perdemos este minuto. Às vezes perde-se, às vezes ganha-se. Ainda há muito Giro pela frente, mas primeiro temos de tratar as feridas e tentar recuperar".
Enquanto isso, a UAE mostrou por que é considerada a equipa mais forte do pelotão. Del Toro, com uma exibição formidável, assumiu a Maglia Rosa, Ayuso salvou um dia difícil sempre acompanhado por Adam Yates e um McNulty ensanguentado, que não hesitou em trabalhar pelo espanhol. O bloco dos Emirados mostrou profundidade, resiliência e coordenação — tudo o que faltou à BORA.
Agora, Roglic entra na segunda semana atrás de quatro homens da UAE, sem apoio visível para lançar ataques e com o moral inevitavelmente abalado. A etapa de Siena não só lhe custou tempo, mas também colocou a equipa obrigada a mexer, taticamente limitada num cenário dominado por adversários com múltiplas cartas na manga.
O que se segue dependerá não só da recuperação física, mas também da capacidade da Red Bull em reinventar-se na montanha. Para já, o discurso de Roglic é de contenção, mas os próximos dias ditarão se este foi apenas um tropeço - ou o prenúncio de um Giro que escapará ao seu alcance mais uma vez.
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