"Queríamos tentar ganhar a geral, mesmo que isso significasse perder tudo" - Elise Chabbey explica como derrotou Urska Zigart na Volta à Romandia Feminina

A Volta à Romandia Feminina 2025 ficará para sempre marcada pela polémica da desqualificação de várias equipas antes do arranque, mas para Elise Chabbey a memória será inesquecível. A suíça da FDJ - Suez, aos 32 anos, selou no último dia a maior vitória da sua carreira, desferindo o ataque certeiro que lhe permitiu destronar a até então líder da geral, Urska Zigart.

“Não dormi muito bem ontem à noite porque ainda tinha a adrenalina da vitória. Achei mesmo que hoje (domingo) era apenas um bónus”, confessou Chabbey ao DirectVelo.

Mas a campeã da casa não deixou escapar a oportunidade: “O percurso era muito adequado para mim, com esforços de cinco minutos. Queríamos tentar ganhar a geral, mesmo que isso significasse perder tudo. O plano era endurecer a corrida nas subidas e depois atacar na última ascensão. As raparigas fizeram um excelente trabalho ao preparar tudo.”

O momento decisivo chegou a 10 quilómetros da meta, na subida de Antagnes, quando Chabbey respondeu ao movimento de Paula Blasi e partiu determinada rumo à camisola de líder. Acompanharam-na Paula Blasi e, mais tarde, Blanka Vas, que mudou o equilíbrio da frente de corrida. “Na última subida tentei e resultou. Com a Paula entendemo-nos bem, porque ela também queria chegar ao pódio da geral. Mas quando a Blanka (nos alcançou, deixou de haver rotação. Ela podia ganhar ao sprint, por isso não colaborava, e a Paula também parou de passar”, explicou a nova vencedora da Romandia.

A derrota de Urska Zigart teve sabor agridoce. A eslovena da AG Insurance - Soudal terminou em segundo lugar pela terceira vez em três dias, perdendo a camisola amarela por apenas alguns segundos. Ainda assim, mostrou-se satisfeita com o rendimento coletivo. “Claro que estou desiludida por ter perdido a liderança por alguns segundos, mas deixamos tudo na estrada para tentar defender a camisola de líder”, escreveu Zigart no Instagram.

“Apesar de a ter perdido, sinto-me uma vencedora. Não porque esteja feliz com o 2º lugar, mas porque tenho tantas pessoas fantásticas à minha volta que acreditam em mim e me apoiam a fazer o que todos nós gostamos: correr de bicicleta. E conseguimos!”

Com a camisola amarela a brilhar finalmente em casa, Elise Chabbey inscreve o seu nome na história da prova e no palmarés de maior destaque da sua carreira, diante de um público suíço que vibrou com a sua consagração em Aigle.