Red Bull novamente em dificuldades após dia terrível de Primoz Roglic na etapa 9 do Giro: "Não podemos controlar as contrariedades"

Ciclismo
segunda-feira, 19 maio 2025 a 10:15
primozroglic
A nona etapa da Volta a Itália 2025 ficará na memória como um dos dias mais marcantes desta edição da Corsa Rosa. Nas lendárias estradas brancas da Toscana, Wout van Aert renasceu com uma vitória de classe mundial, enquanto Isaac del Toro conquistou a camisola rosa com uma exibição de maturidade e ambição. Mas para Primoz Roglic, o dia ficou marcado por mais um revés num percurso que lhe continua a ser ingrato.
Tal como em edições anteriores, as secções de sterrato voltaram a penalizar Roglic, que sofreu uma queda, um furo e problemas mecânicos, perdendo 2’23’’ para Van Aert e, mais importante, cedendo um minuto para Juan Ayuso, o seu grande rival na luta pela geral. Agora, o esloveno da Red Bull - BORA - hansgrohe vê-se obrigado a jogar à defesa e a recuperar o terreno nas montanhas.
Patxi Vila, diretor desportivo da equipa, explicou o encadeamento dos infortúnios: "O Dani Martínez teve um problema mecânico logo no primeiro sector, e o Tratnik não estava numa boa posição. Ficámos com menos apoio muito cedo. O Nico Denz puxou para recolocar o Giulio Pellizzari junto do Primoz, e o Giulio acabou por fazer um trabalho fenomenal", relatou ao IDLProCycling.com.
O jovem Pellizzari, que começou o dia longe do seu líder, foi determinante no esforço de contenção: "Graças ao trabalho dele, a diferença ficou em cerca de um minuto para o Ayuso. Podia ter sido muito pior. O Primoz lutou por cada segundo até ao fim", acrescentou Vila.
A ambição para a etapa era clara: vencer. A equipa preparou-se com esse objectivo e estava bem colocada no primeiro sector. Mas uma sucessão de azares ditou o colapso da estratégia. "A queda mudou tudo. O Primoz teve de trocar de bicicleta por um problema nas mudanças e um furo. Perdemos muito tempo ali e passámos o dia inteiro a perseguir", lamentou o diretor.
Apesar da frustração evidente, Vila prefere focar-se no espírito do grupo: "É difícil estar satisfeito, mas podia ter sido pior. O moral continua bom. Um Grand Tour é uma longa aventura, e a primeira semana serve para construir o espírito de equipa. Isso temos. Todos estão felizes, unidos e motivados. Vamos juntos até Roma."
Sem Jai Hindley, perdido na queda da sexta etapa, a BORA perdeu o seu segundo homem para a montanha, mas mantém Dani Martínez e Pellizzari como principais apoios de Roglic. O foco agora é claro: resistir e recuperar, como tantas vezes já o fez.
O exemplo mais recente remonta à Vuelta a Espanha de 2024, quando Roglic, depois de perder mais de cinco minutos para Ben O’Connor, reconstruiu pacientemente a sua corrida até conquistar a sua quarta camisola vermelha. O esloveno sabe o que é renascer nas últimas semanas de uma Grande Volta. E este Giro ainda está longe de terminado.
Como lembrou Patxi Vila, "Hoje não foi o nosso dia, mas o nosso objetivo mantém-se intacto. O Giro ainda é possível."
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