Remco Evenepoel escapou ao acidente da Dauphiné sem lesões, mas fala sem rodeios: "Parecia um campo de batalha"

Remco Evenepoel escapou ileso durante a quinta etapa do Critérium du Dauphiné. O camisola amarela esteve envolvido numa queda massiva e as primeiras imagens que vimos foi a de um Remco sentado no chão, aparentemente assustado com o que se tinha passado e a meter a mão no ombro ao qual foi operado após a queda no País Basco. Felizmente para o belga tudo não passou de um valente susto... que poderá ( ou não) trazer consequências a nível psicológico, mas não o impede de continuar a corrida.

"Na altura, tive um sentimento muito sombrio", diz Evenepoel em conversa com Het Nieuwsblad. "Fiquei ali sentado durante algum tempo, porque não conseguia mexer o joelho e pensei: será que isto vai acontecer outra vez, depois do meu trabalho para regressar à competição e especialmente depois das minhas boas sensações de ontem? Tinha todo o tipo de coisas a passar-me pela cabeça."

"Mas a neutralização permitiu-me ter tempo para deixar tudo assentar e, felizmente, assim que a adrenalina baixou, senti rapidamente que tudo estava a correr normalmente. Havia tipos que estavam em muito pior estado, em que se percebia logo que tinham partido a clavícula. Parecia um campo de batalha".

"O meu capacete salvou-me", disse Evenepoel, que sublinhou a importância de o usar. De acordo com o campeão belga, o risco que o pelotão correu na descida foi inadequado, sabendo que as estradas estavam encharcadas e bastante escorregadias. "Era o último ponto perigoso do dia. E sabíamos que já tinham havido quedas na descida anterior, por isso podíamos ter abordado a etapa com um pouco mais de calma."

Evenepoel também foi questionado se ainda gosta de andar de bicicleta, agora que as grandes quedas acontecem com tanta frequência. "Continuo a gostar do meu trabalho, mas o meu trabalho é ganhar corridas como o contrarrelógio e não ficar deitado no chão. Em momentos como este, começamos a pensar um pouco mais de forma negativa sobre o assunto. Porquê toda esta pressão para a estar na frente quando entramos nas descidas? Porque é que todos querem bicicletas mais rápidas, com pneus mais rápidos e menos aderência? Há muitos 'porquês', mas não há respostas."

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