Remco Evenepoel está numa posição pouco invejável no que diz respeito à sua ambição de vencer a
Volta a França 2025. Na era de Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, o belga de 25 anos só pode esperar vencer se os dois estiverem ausentes. E a grande diferença de forças entre as equipas não ajuda as suas hipóteses...
"As últimas semanas têm sido também uma espécie de procura do equilíbrio certo entre descanso e treino. Mas, no geral, sinto-me mais forte, sim. Excepto... Não sou o único", ri-se em conversa com o Het Laatste Nieuws. Como diz o velho ditado: A concorrência nunca dorme. "Todos estão a dar um passo em frente".
Em particular, os requisitos para correr ao mais alto nível aumentaram imenso, com os nomes de Pogacar e Vingegaard à cabeça. "Há três ou quatro anos, ainda se podia fazer uma subida a 7 w/kg e ficava dois minutos à frente dos rivais. Agora é preciso pedalar durante vinte minutos e mesmo assim só estamos a meio. Com o Tadej Pogacar é impossível, já estamos a um minuto dele. É uma verdadeira loucura".
E, para Evenepoel, já não é possível dar esses saltar de nível, apesar de ainda ser mais jovem do que os seus rivais. "Atualmente, estou numa espécie de teto que tenho dificuldade em subir", admite. "Expresso em watts por quilo, não melhorei desde a minha vitória na Vuelta em 2022 e a fase seguinte, em que estava realmente no meu melhor e pedalei mais forte. Nem mesmo no Tour do ano passado".
O que tem sido amplamente discutido é a força da profundidade da
Soudal - Quick-Step, em comparação com as super equipas da UAE Team Emirates - XRG ou a Team Visma | Lease a Bike, cujos domestiques, por si só, poderiam proporcionar a Evenepoel uma corrida mais tranquila.
"Penso que temos alguns rouleurs connosco, que podem ser muito importantes em certas etapas. O Cattaneo, por exemplo. Um Schachmann em forma, de preferência a versão do País Basco, não a do Dauphiné, também deve ser capaz de o fazer. Um Van Wilder forte e bem posicionado vale sempre o seu peso em ouro".
A equipa de Evenepoel deu passos largos e fez declarações ainda maiores sobre a aposta nas ambições do belga para a classificação geral, mas isso não se reflectiu na sua convocatória para a Volta a França.
"É difícil para mim aprofundar o assunto, mas... é uma pena, sim", suspira Evenepoel, sobre o mercado de transferências. As únicas contratações notáveis foram as de Mikel Landa, em 2024, e Valentin Paret-Peintre, este ano. "Landa assinou", acena com a cabeça. "Mas o Mikel também não vai correr até aos sessenta anos."
Haverá possibilidade contratar ciclsitas como Kevin Vauquelin ou Cristián Rodríguez da Arkéa - B&B Hotels? "Não são os melhores trepadores, mas são, de facto, tipos que terminam sempre entre os quinze primeiros nas corridas que participam e, num dia bom, até entre os dez primeiros. Se não se lesionarem, podem-se desenvolver e crescer connosco".