O segundo lugar de
Remco Evenepoel na Il Lombardia, no passado fim de semana, não foi apenas o encerramento da época de 2025: marcou o fim de um capítulo histórico para a
Soudal - Quick-Step. Após sete anos, 67 vitórias e alguns dos momentos mais emblemáticos da equipa na era moderna, a estrela belga disse oficialmente adeus antes da sua transferência para a Red Bull - BORA - hansgrohe.
Evenepoel, que ingressou na equipa ainda adolescente e rapidamente se tornou num dos ciclistas mais dominantes do pelotão, deixa um palmarés brilhante e uma marca duradoura em colegas, staff e adeptos.
"Dentro da equipa, é um ciclista muito calmo e agradável de trabalhar, extremamente profissional", afirmou o médico da Quick-Step, Steven Bex, ao
Sporza. "Por vezes é exigente, mas tem de o ser se quiser estar no topo."
Um laço especial forjado em sete anos
A despedida de Evenepoel, de 25 anos, foi sentida por todos na equipa. O osteopata Anthony Pauwels, que acompanhou o belga desde a primeira época, descreveu a relação entre ambos como algo que ultrapassa a típica ligação ciclista-equipa.
"Remco tem um carácter muito forte e sabe o que quer, mas é também uma excelente pessoa", disse Pauwels. "Durante sete anos, construímos uma relação especial."
O diretor desportivo
Davide Bramati revelou ainda que Evenepoel encontrou um momento de silêncio no final da Lombardia para expressar a sua gratidão. "Nos últimos 500 metros voltou a agradecer-nos. Teria sido bonito terminar com uma vitória, mas infelizmente não aconteceu."
De talento adolescente a campeão do mundo
Quando chegou à Quick-Step em 2019, Evenepoel ainda era um júnior convertido do futebol, com um potencial bruto impressionante. Ao longo dos anos, amadureceu e tornou-se a figura central da equipa: venceu a sua primeira etapa de Grand Tour na Vuelta a España, conquistou um Monumento e sagrou-se Campeão do Mundo em Wollongong.
"À medida que foi ganhando experiência, compreendeu realmente a sua importância para a equipa", afirmou o porta-voz da Quick-Step, Phil Lowe. "Percebeu o seu valor e a importância de trabalhar com os media para moldar a sua imagem."
O companheiro
Pieter Serry, que passou mais dias ao lado de Evenepoel do que qualquer outro colega, recordou as memórias partilhadas: campos de treino, vitórias e as celebrações do título mundial em Bruxelas. "Os campos de treino com ele foram fantásticos", disse. "E os campeonatos do mundo na Austrália, estar naquela varanda em Bruxelas… para mim, é o mais importante."
Fim de uma era
A saída de Evenepoel para a Red Bull - BORA - hansgrohe poderá alterar o equilíbrio de forças no pelotão, mas na Quick-Step a sua saída é encarada com orgulho e respeito.
"Remco era um vencedor, dentro e fora da estrada", disse
Louis Vervaeke. "Mas também era um prazer trabalhar com ele."
A equipa que o formou assistirá agora, à distância, ao início de um novo capítulo na carreira do belga. Para a Soudal, os anos de Evenepoel serão sempre recordados como uma era decisiva na sua história recente.