A Federação Neerlandesa de Ciclismo (KNWU) anunciou, no início desta semana, que vai acabar com as categorias de sub-23, concentrando-se mais nos juniores e na categoria de elites. Isto significa que não haverá ciclistas a representar o país em Campeonatos da Europa e do Mundo nem no Tour de l'Avenir. Nada! Como era de esperar, as equipas continentais neerlandesas estão furiosas, pois fizeram investimentos em projetos para longo prazo, com o intuito de formar jovens e agora puxaram-lhes o tapete.
O representante da Metec - SOLARWATT p/b Mantel, Michel Megens, investe no ciclismo há vários anos e, em particular, no desenvolvimento de jovens talentos. Numa entrevista à WielerFlits, ficou estupefacto quando soube que o selecionador nacional de Sub-23, Tom Veelers, tem de abandonar o cargo ao fim de apenas um ano. "Pensei que ele estava a fazer um excelente trabalho. Envolveu todos os tipos de ciclistas no projeto dele. Bons ciclistas, mas também nomes menos conhecidos. Arranjou tempo para fazer isso. Nós na equipa, achámos que ele estava a fazer um muito bom trabalho".
Marc Zonnebelt, da Diftar Continental Cyclingteam, partilha da mesma exasperação. "A estrutura de formação dos juniores nos Países Baixos já está em ordem. A SEG Racing Academy junta-se agora a várias equipas, enquanto temos também a JEGG-DJR, que é apoiada pela Team Visma | Lease a Bike. E depois esqueço-me da CyclingClassNL. Por isso, sim, considero esta decisão difícil", afirma Zonnebelt.
Segundo Megens, a KNWU também se esqueceu de levar em consideração um passo importante antes de tomar esta decisão. "Falando por mim: uma contribuição é sempre negociável, desde que se apresente um bom plano. Só fui informado pela KNWU de que não queriam participar no Campeonato do Mundo do Ruanda com os sub-23. Não sobre qualquer outra coisa que tenha sido comunicada no início desta semana. Também não nos perguntaram se podíamos ou queríamos fazer alguma coisa".
E acrescenta que a maioria das equipas holandesas não se importaria de cobrir as despesas dos seus ciclistas para competirem como uma "equipa nacional improvisada" em algumas das provas. "A Metec-Solarwatt quer participar na corrida da Taça das Nações, a Visma quer participar na corrida da Taça das Nações e talvez a Diftar ou a Parkhotel Valkenburg queiram participar na corrida? Então poderiamos participar nessa corrida como uma equipa e pagaríamos os custos. Isso seria lógico".
Afinal de contas, não há orgulho maior do que representar o seu próprio país: "Vestir aquela camisola faz bem a qualquer atleta, não é? Também não me importo de pagar a viagem dos meus próprios ciclistas de sub-23 ao Campeonato do Mundo, se for essa a questão. Eles dariam saltos de alegria. Mas a federação não nos fez essa pergunta".