Primoz Roglic está de volta à Volta à Itália com o olhar focado na segunda camisola rosa da carreira. O líder da Red Bull – BORA – hansgrohe parte amanhã para a Albânia, onde começará o seu desafio numa corrida que guarda com carinho especial, depois do emocionante triunfo de 2023.
“O que aconteceu há dois anos é algo que vou recordar para o resto da minha vida. Agora estou de volta e vamos ter mais três semanas cheias de emoção. Sinto-me bem e estou pronto para a batalha”, afirmou Roglic, no seu estilo sereno, durante a apresentação oficial da prova.
O esloveno preferiu passar os últimos dias num campo de altitude, em vez de reconhecer as etapas-chave da edição deste ano, apostando na preparação física e na gestão da frescura. A decisão segue a linha do seu planeamento habitual, focado no rendimento controlado e na experiência acumulada.
Roglic chega ao Giro com poucas corridas nas pernas, mas com um sinal claro de forma: venceu a Volta à Catalunha, batendo o seu principal rival, Juan Ayuso. No entanto, desvaloriza esse resultado, consciente de que tudo começa de novo: “O que aconteceu no início da época, como na Volta à Catalunha, já não interessa. Estamos todos a começar do zero e temos de estar prontos de novo. Não fiz nenhuma reconstituição, por isso vou viver o dia a dia. Se olharmos para os perfis das etapas, é bastante claro que a terceira semana é a mais difícil.”
Interrogado sobre o estatuto de favorito, respondeu com a habitual simplicidade desconcertante: “Todos me consideram o favorito? Quando olho para a lista de partida, não vejo como é que tenho algum tipo de vantagem sobre os outros. É bom que as pessoas pensem assim, mas há 21 etapas em que terei de o provar.”
O percurso inclui nova passagem por Monte Lussari, palco da sua inesquecível vitória no contrarrelógio final de 2023, que lhe valeu o triunfo frente a Geraint Thomas, a poucos quilómetros da fronteira com a Eslovénia.
A equipa da Red Bull – BORA – hansgrohe apresenta-se com um bloco sólido de montanha, com Jai Hindley, Daniel Martínez e o jovem Giulio Pellizzari ao lado de Roglic. “É por isso que ainda não sei quais os dias que vão ser decisivos. Só o saberemos quando a classificação final for definida após o Giro.”
A serenidade de Roglic, aliada à sua capacidade explosiva e consistência, fazem dele um dos nomes centrais nesta Volta à Itália. Mas, como sempre, prefere provar na estrada do que alimentar discursos.