Treinador de Primoz Roglic: "Ele não quer saber se vai ganhar mais uma Vuelta ou um Giro. A Volta a França continua a ser o seu principal objetivo".

Ciclismo
quarta-feira, 07 maio 2025 a 17:47
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Cinco vezes vencedor de Grandes Voltas, poucos ciclistas na geração actual se aproximam do sucesso de Primoz Roglic em corridas de três semanas. Ainda assim, a Volta a França continua a ser a grande lacuna no palmarés do esloveno. Em 2025, Roglic decidiu arriscar, apostando numa desafiante combinação: disputar a Volta à Itália antes de rumar a Paris.
"Na sua cabeça, a Volta a França continua a ser o grande objetivo. É a única que ainda não conquistou", afirma Marc Lamberts, treinador de Roglic na Red Bull - BORA - hansgrohe, em entrevista à WielerFlits. Ainda que a ambição esteja clara, Lamberts admite que o plano não foi unânime. "A equipa apoiou a decisão de fazer o Giro. O Primoz foi quem decidiu alinhar no Giro e no Tour. Conversámos muito sobre isso, mas, para ser honesto, eu não era a favor."
O técnico explica que, teoricamente, a Volta a Espanha sempre foi o terreno mais favorável para Roglic: "Ele apresenta sempre os seus melhores números na Vuelta e venceu-a quatro vezes por uma razão. As subidas são mais curtas e íngremes, de 20 a 30 minutos, o que se adapta muito melhor ao seu perfil do que as subidas longas e sustentadas do Giro ou do Tour, que podem durar até uma hora."
Mesmo com a possibilidade de conquistar uma quinta vitória em Espanha e estabelecer um novo recorde, Roglic preferiu focar-se no que ainda lhe falta. "Quando se ganha a Vuelta quatro vezes e o Giro uma, e resta apenas uma corrida por conquistar, faz sentido persegui-la enquanto ainda é possível. Talvez até contra o bom senso", reconhece Lamberts. "Mas eu compreendo e apoio-o."
O treinador destaca ainda uma mudança na mentalidade do seu atleta: "O Primoz já não corre atrás de recordes. Claro que quer ganhar todas as corridas onde alinha, continua a ser um competidor feroz, mas já não sente que precisa de vencer. A pressão diminuiu bastante em comparação com anos anteriores."
Primoz Roglic venceu o Giro d'Italia em 2023
Primoz Roglic venceu o Giro d'Italia em 2023
Roglic parte para a Volta à Itália com muito menos pressão, mas com ambição intacta. "Para ser franco, ele não está preocupado em adicionar mais uma Vuelta, outro Giro ou até uma vitória na Catalunha ao seu palmarés. Chegou a um ponto da carreira onde coloca tudo em perspetiva. Encontra-se em paz consigo próprio, muito mais do que há uns anos. Já não precisa de provar nada a ninguém. Mas quando corre, dá tudo. A Volta a França, essa, ainda lhe vai trazer algum stress."
Apesar disso, Roglic mantém vivo o desejo de vencer novamente em Itália e Lamberts analisou o que será necessário para conquistar uma segunda Maglia Rosa: "A última semana será decisiva. Temos também a etapa de gravilha e dois contrarrelógios. Ele precisa de estar no seu melhor nesse momento." O treinador admite que o nível atual de Roglic está próximo do que apresentou na última Vuelta, mas considera o percurso do Giro menos favorável. "Ainda assim, acredito que é claramente candidato ao pódio. Pode vencer, mas tudo tem de correr bem. O tempo e sobretudo uma corrida limpa na etapa de gravilha."
E quanto à tão desejada Volta a França?
"Continua a ser um dos melhores ciclistas de Grandes Voltas. Mas sejamos realistas, o Tadej Pogacar e o Jonas Vingegaard ainda estão num patamar acima. Remco Evenepoel é outro candidato de topo e o Primoz terá de disputar com ele o terceiro lugar no Tour", avalia Lamberts. "Mas no Giro, com os dois primeiros ausentes, tudo dependerá da força de Juan Ayuso. Provavelmente será o seu principal adversário. No entanto, com a experiência e a força do Primoz, nunca se pode descartá-lo."
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