Embora a sua primavera sem vitórias tenha sido rapidamente ultrapassada com uma série consecutiva de vitórias em Espanha, Demi Vollering ainda deve ter o fracasso nas Clássicas algures na sua cabeça. Com três provas por etapas em maio, Vollering pode encarar os próximos meses com mais optimismo. Afinal, estes parecem ser também os seus últimos meses com a SD Worx - Protime após quatro anos passados na equipa holandesa.
A comentadora holandesa Roxane Knetemann, editora convidada do WielerRevue, analisou a primavera miserável da Campeã Nacional: "Vollering deu a entender, numa entrevista, que gostaria que alguém a substituísse. Mas a questão é que Vollering tem de aprender a correr de forma um pouco mais táctica. Lotte Kopecky consegue lidar com situações excedentárias de uma forma melhor", disse Knetemann sobre as clássicas desta primavera, em que Vollering saiu de mãos vazias.
Nesse sentido, a transferência iminente de Vollering para a FDJ - SUEZ não é surpreendente. "Se quisermos uma equipa que nos apoie completamente, a Demi deve ir embora. Ela é uma excelente ciclista que prefere ser deixada num determinado ponto. A Kopecky já o disse que frequentemente ela ataca, para que a Vollering possa manter as pernas mais frescas."
Com Marlen Reusser e a rápida Lorena Wiebes, a SD Worx - Protime tinha naturalmente muitas opções para muitas corridas. "Todas elas são vencedoras, com um certo ego e um comportamento arrogante. Não é de todo mau para o ciclismo se uma das três deixar a equipa", acredita Knetemann.
Costumava haver algum sentido de cooperação no grupo - até ao Campeonato do Mundo do ano passado, em Glasgow, onde Kopecky ganhou a camisola arco-íris à frente de Vollering. "O percurso em Glasgow era muito mais adequado para a Kopecky. Mas mesmo aí Vollering cometeu muitos erros a nível tático. Esse é realmente o seu calcanhar de Aquiles. Acho que a Vollering está a ficar com o complexo do Calimero. Eu sou pequena, elas são grandes", pensa Knetemann.