Depois de quatro épocas vestindo a cor azul da
Astana Qazaqstan Team, Samuela Battistella parte para um novo desafio em 2025, juntando-se à
EF Education-EasyPost com um contrato para dois anos. No entanto, como o próprio italiano explica, o divórcio entre o ciclista e a equipa está longe se ser amigável.
"Estou triste por partir, porque depois de muito tempo sentia-me em casa", avalia o antigo campeão do mundo de sub-23, de 25 anos, numa entrevista aberta e honesta à
Bici Pro. "O que vou levar comigo para a EF é a consciência de que no World Tour, se não planearmos bem a época não vamos a lado nenhum. Não se consegue fazer as corridas sem trabalhar bem e é isso que sinto que se passou em 2023 e 2024."
No entanto, como já foi referido, as coisas não acabaram da melhor forma entre Battistella e a Astana, com o italiano a criticar a falta de profissionalismo da sua antiga equipa quando soube que estava de partida. "Quando falámos, não escondi o facto de já ter assinado com a minha nova equipa, quis ser honesto com eles", explica. "Mantive-me profissional e sério até ao fim. Mesmo quando parti a clavícula no final da época, não desisti. Pelo contrário, treinei muito para recuperar. Do lado da equipa, não sinto que tenha tido o mesmo tratamento."
"Senti que já não se preocupavam em ter-me como ciclista, a relação tinha mudado", continua o antigo vencedor da Clássica do Veneto. "Compreendo, mas o facto de ter sido excluído da Volta a França quando faltava apenas uma semana para começar a corrida prejudicou-me. Fiquei doente na Volta à Suíça e não participei na última etapa, mesmo com o conselho do médico. Vi uma atitude da equipa que não me agradou, como se eu não fosse fiável, uma vez que adoeço com frequência, segundo a maneira de dizer deles."
"Não me senti tão apoiado e envolvido como antes. Em dezembro não era suposto fazer o Tour, depois sim, tendo em conta os desempenhos na primavera e finalmente dizem-me que não vou ao Tour devido a uma febre na Volta à Suíça", continua Battistella. "Nunca saberemos como poderia ter corrido. Talvez na primeira semana tivesse tido mais dificuldades, mas depois penso que teria voltado aos meus níveis. Também porque trabalhei muito, estive com a equipa durante 23 dias na Serra Nevada. Nunca tinha estado tantos dias em altitude. Perdi todo o trabalho que fiz porque em julho não há corridas. No momento em que estava a regressar aos meus valores, parti a clavícula. Por isso parei, porque nunca teria mantido a minha condição física até ao final da época."