Tadej Pogacar teve uma época vinda dos céus em 2024. Tudo o que o líder esloveno da
UAE Team Emirates tocava transformava-se em ouro. Para alguns, porém, este domínio sufocante de Pogacar sobre o pelotão tornou as corridas aborrecidas. Na opinião do experiente especialista americano Bob Roll, esta crítica não tem fundamento;
"Se fosse qualquer outra pessoa no pelotão profissional, poderia ter ficado um pouco monótono", analisa Roll, que participou na Volta a França três vezes nos anos 80, no último episódio do podcast do
NBC Sports Cycling - Beyond the Podium. "Mas, para mim, ele é tão cheio de carisma e essa alegria que ele traz faz com que seja, para todos, um verdadeiro espetáculo."
Ao longo de 2024, Pogacar conquistou inúmeras vitórias notáveis e memoráveis, incluindo a Strade Bianche, Liege-Bastogne-Liege, Volta à Lombardia, a Volta a Itália, a Volta a França e a corrida de estrada do Campeonato do Mundo de elite masculina em Zurique. "Foi uma época espetacular que ele teve, mas com qualquer outra pessoa, consegue imaginar o mesmo entusiasmo que as pessoas em geral têm pelo que Tadej fez esta época? pergunta Roll ao co-apresentador e compatriota
Christian Vande Velde.
"Não está enganado! responde Vande Velde com um sorriso. "Ele poderia facilmente ter ficado sentado e deixado o comboio da UAE Team Emirates controlar todas as etapas, tornando-as tão aborrecidas, mas está a atacar a todo o gás e a arriscar tudo. Como nas descidas! A que velocidade é que ele faz aquelas descidas? As motas nem sequer o conseguem acompanhar".
"O que ele fez a quatro dias da Volta a França deste ano foi de loucos", recorda Vande Velde, que teve a perspetiva única de estar na parte de trás de uma das motas que filmavam a corrida. "Fiquei tão contente por estar tão à frente dele que não tive de arriscar a vida para o acompanhar nas descidas!"