Tadej Pogacar recorda o momento de fraqueza no final da corrida de estrada do Campeonato do Mundo: "Perguntei ao carro que estava ao meu lado: Quantas voltas faltam? Estava mesmo à espera que ele dissesse apenas 1"

Ciclismo
domingo, 10 novembro 2024 a 20:37
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Em 2024, Tadej Pogacar solidificou o seu legado como um dos maiores nomes do ciclismo, alcançando uma rara "Tripla Coroa" ao vencer a Volta a Itália, a Volta a França e o Campeonato do Mundo de Zurique.

Embora o domínio nas Grandes Voltas tenha sido impressionante, a natureza da sua vitória no Campeonato do Mundo, depois de ter lançado um ataque a 100 km da meta, contra rivais como Mathieu van der Poel, Remco Evenepoel e outros, significa que será provavelmente o momento mais marcante da época do esloveno.

"Foi uma das melhores corridas que já fiz. Para mim, foi tudo tão incrível", admite Pogacar em conversa com o podcast 'Inside the Ring' da MyWhoosh. "Mas toda a época foi uma loucura", acrescenta o líder da UAE Team Emirates, que, para além da já mencionada dobradinha Giro-Tour, também venceu em provas como a Liege-Bastogne-Liege, Il Lombardia, Strade Bianche e Volta à Catalunha.

No entanto, uma das coisas que tornou o triunfo no Campeonato do Mundo tão excecional foi o drama vivido no final da corrida, quando a diferença começou a cair para o grupo de perseguidores, com Pogacar a parecer fatigado depois de tanto tempo isolado na frente de corrida. "Estava preocupado na penúltima volta, penso eu", recorda. "Cheguei ao topo da subida na penúltima volta e perguntei, quando o carro veio ao meu lado, 'quantas voltas faltam? É uma ou duas?" Estava mesmo à espera que ele dissesse apenas uma e, sim, foi um alívio", ri-se.

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Pogacar festeja com Urska Zigart após a vitória em Zurique

"Comecei a ficar um pouco tonto, mas sabia que se tivesse uma boa margem no topo da última subida da última volta, conseguiria. Ainda há a possibilidade de sermos apanhados, mas quando faltavam 10 km para o final estava mais descontraído. No entanto nunca tive a certeza até chegar ao último quilómetro", explica Pogacar. "Como toda a gente, vi a corrida de sub-23, a corrida feminina, todas as corridas! Só para estar preparado. Na linha de partida toda a gente pensava 'ninguém quer fazer um Jan Christen (o suíço liderou a corrida de sub-23 antes de se desvanecer no final)'. Ele era provavelmente o ciclista mais forte da corrida, mas a sua movimentação fez com que todos ficassem em alerta para as voltas seguintes e esperassem pela última volta".

Pogacar não esperou pela ultima volta e atacou a 100 km da meta. "A corrida explodiu! Felizmente tinha o Jan Tratnik no grupo da frente, mas estava a pensar 'talvez esta movimentação não seja perfeita. São 20 ciclistas, todos com possibilidades de ganhar", recorda o esloveno.

No final a jogada audaciosa deu frutos. Pogacar evitou "dar uma de Jan Christen" e venceu a corrida. Agora que tem a camisola arco íris a questão que se coloca é ... calções brancos ou calções pretos? "Até agora fiz duas corridas. Em Emilia estava a chover, por isso tive de usar os calções pretos e na Il Lombardia, felizmente, o tempo estava bom, Com calção branco, só se estiver magro é que fico bem. Caso contrário, o branco faz-nos parecer maiores!", ri Pogacar.

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