"Senti que hoje era o meu dia" Pidcock irritado após neutralização em Bilbao

Ciclismo
quarta-feira, 03 setembro 2025 a 18:53
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Tom Pidcock foi um dos grandes protagonistas da 11ª etapa da Volta a Espanha 2025, mas saiu de Bilbao com um sentimento de frustração. O britânico da Q36.5 Pro Cycling Team atacou de forma explosiva no Alto de Pike, deixou Jonas Vingegaard para trás por momentos e parecia a caminho de uma vitória memorável. No entanto, os protestos que bloquearam a meta levaram à neutralização da etapa, impedindo que houvesse um vencedor oficial.
"É difícil descrever a desilusão, para ser honesto. Senti que hoje era o meu dia. Acho que devia haver sempre uma meta, não estamos a praticar um desporto de merda, pois não?", afirmou Pidcock ao Domestique após a etapa.

Confusão no Alto de Pike

O britânico explicou que não tinha percebido exactamente onde se encontrava o ponto final de tomada de tempos: "Estava a fazer uma cena à Tom Pidcock, sabia que a meta era aos 3 quilómetros, mas na verdade não sabia quando eram os 3 quilómetros. Estava demasiado ocupado a tentar acompanhar o Jonas. Passámos por ali e percebemos que não ia haver um vencedor."
As rampas duríssimas do Alto de Pike foram o palco do seu ataque, onde chegou a descarregar todos os rivais, incluindo o camisola vermelha Jonas Vingegaard.
Na meta, dezenas de manifestantes tentaram romper as barreiras no momento em que o pelotão se aproximava, obrigando a organização a neutralizar a etapa. Pidcock mostrou compreensão, mas também preocupação: "Não é fácil, a organização da Vuelta fez o que pôde para nos manter seguros. Não quero dizer nada acerca da política ou vou meter-me em sarilhos."
O britânico criticou, contudo, o perigo a que os ciclistas têm estado sujeitos: "Colocar-nos em perigo não vai ajudar a vossa causa, simplesmente não vai ajudar aquilo por que estão a protestar. Todos têm o direito de protestar contra o que quiserem, mas colocar-nos em perigo não é o caminho a seguir."

Medo no pelotão

Pidcock revelou ainda que muitos corredores partilham da mesma opinião, mas evitam falar publicamente: "Penso que muitas pessoas têm evitado falar sobre o assunto, mas por vezes no pelotão é um pouco assustador. Desde que a nossa segurança esteja em primeiro lugar, podemos continuar a correr e é isso que estamos aqui para fazer."
Apesar da desilusão, o líder da Q36.5 tentou olhar em frente: "Muitas pessoas falam do que está no papel, não estou a dizer que teria ganho, mas tive uma boa oportunidade para ganhar e, sim, foi uma desilusão. Mas não vou desperdiçar energias com isso, há um longo caminho a percorrer. Disseram-me que hoje ia ser o maior dia de protestos, por isso acho que daqui para a frente pode ser melhor."

Caos também nos carros de apoio

O diretor desportivo Kurt Bogaerts descreveu igualmente a confusão vivida no carro da equipa: "Acho que faltavam 15 quilómetros para o final ou assim? Disseram que não ia ser possível terminar a etapa e que iam marcar os tempos a 3 km do fim. Foi isso que aconteceu", revelou.
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