A Movistar Team decidiu dar uma nova oportunidade a Nairo Quintana no World Tour. O colombiano foi injustamente rejeitado durante meses pela maquinaria infestada da UCI e do Movimento Ciclismo Limpo, que decide quais os ciclistas que merecem permanecer ou não na elite em função do seu país de origem.
Assim, depois de um ano em branco, Nairo começou 2024 muito entusiasmado por estar de volta, estreando-se na Volta à Colômbia. No entanto, as coisas correram-lhe mal logo no início. Chegou à corrida com Covid, não conseguiu fazer a prova e terminou em 21º lugar da geral. A corrida terminou a 11 de fevereiro e só voltou a correr a 18 de março, na Volta à Catalunha, porque a sua doença se complicou. Na Catalunha, queria entrar no ritmo competitivo para o Giro, mas na última etapa teve uma queda que o obrigou a parar novamente.
Chegou à Corsa Rosa a 4 de maio com muito pouco treino e pouca competição. Recuperou a forma na corrida e depois de uns primeiros dias difíceis, em Livigno mostrou a sua classe e só foi batido por Tadej Pogacar num dia épico nas montanhas. Depois, mostrou também um bom nível em Passo Brocon e Bassano del Grappa. Ficámos a pensar no que lhe poderia ter acontecido se estivesse em forma. Terminou em 19º lugar na geral.
Regressou para a Volta à Suíça e voltou a cair. Fracturou a mão, o que o deixou parado durante mais um mês. Regressou dois meses depois, em Burgos, com pressa para tentar integrar a equipa Movistar Team na Volta a Espanha. Conseguiu completar a corrida de Burgos e, em seguida, completou uma Vuelta em que viveu todos os infortúnios que descrevemos acima: as quedas, a falta de forma e a COVID (na Colômbia, foi divulgado que os problemas respiratórios o impediram de ter um bom desempenho).
Nairomán trabalhou o mais que pôde (não demasiado) para Enric Mas e chegou a Madrid no dia 31. Alguns de nós pensávamos que a sua época tinha terminado, mas ele fez parte da equipa Movistar nas clássicas italianas no final da época com muito boas sensações: 15º no Giro dell'Emilia e 16º na Lombardia, estando perto de Enric Mas e mostrando muito boas pernas.
Sim, Nairo Quintana merece ficar com a Movistar Team. No seu regresso à Movistar, entre doenças e quedas, teve alguns momentos brilhantes durante o ano que significam que merece outra oportunidade. Obviamente que essa aposta também tem a haver com a sua história na equipa, com a qual ganhou o Giro e a Vuelta e alcançou pódios no Tour. Nairo não será apenas mais um...