O dinamarquês
Mattias Skjelmose voltou a estar no centro das atenções após abandonar a
Volta a Guangxi 2025 devido a problemas nas costas, num momento em que a
Lidl-Trek atravessa um período de tensão interna e decisões contestadas.
Antes mesmo da partida para a China, o ciclista de 23 anos havia gerado polémica ao afirmar publicamente que a sua presença na corrida não tinha sido uma escolha pessoal, mas sim uma imposição da equipa, apesar das queixas físicas resultantes da Il Lombardia. As declarações alimentaram o debate dentro do pelotão, sobretudo após os seus comentários recentes sobre a futura integração de Juan Ayuso na equipa, prevista para 2026.
Kim Andersen nega pressão sobre o ciclista
Perante a crescente controvérsia, o diretor desportivo Kim Andersen apressou-se a clarificar a situação em declarações ao portal Feltet.dk, rejeitando qualquer ideia de retaliação ou de imposição. “Muito se tem escrito sobre o facto de o termos forçado a ir para a China. Não sei de onde veio isso, mas a informação está mal interpretada”, afirmou Andersen.
O responsável explicou que a decisão de participar na Volta a Guangxi foi tomada em conjunto, após a saída prematura de Skjelmose da Volta a França, e que a corrida asiática não fazia parte do calendário inicial. “Se ele tivesse seguido o plano original, com o Dauphiné e a Volta, a época terminaria na Lombardia. Guangxi nunca esteve prevista desde o início”, acrescentou Andersen.
Mattias Skjelmose é um dos líderes da Lidl-Trek.
Um abandono forçado
Skjelmose começou bem a corrida, mostrando boas sensações na 1ª etapa e afirmando sentir-se “melhor do que esperava”. No entanto, as dores nas costas agravaram-se progressivamente, obrigando-o a abandonar na quinta-feira.
“É uma pena que tenha tido de desistir, porque estou convencido de que com a forma que estava, terminaria entre os primeiros da classificação geral”, lamentou Andersen. A saída precoce frustrou as expectativas da equipa, que esperava fechar a temporada com mais um bom resultado do dinamarquês.
Contexto tenso e futuro incerto
As recentes fricções no seio da equipa juntam-se a uma temporada inconsistente de Skjelmose, que começou o ano como uma das grandes promessas do ciclismo dinamarquês. A sua contestação pública à chegada de Ayuso foi interpretada por alguns como um gesto de insegurança face às mudanças internas da equipa.
Com a época a chegar ao fim, todas as atenções estão viradas para a forma como o Lidl-Trek irá gerir a coexistência das suas estrelas em 2026 e se Skjelmose conseguirá recuperar a sua melhor versão, tanto física como emocional, para continuar a ser uma das peças chave do projeto.