Patrick Lefevere fala da fusão falhada com o Jumbo-Visma: "Sugeri que esperássemos até 2025, mas eles queriam fazê-lo muito rapidamente"

A notícia de uma possível fusão entre a Jumbo-Visma e a Soudal - Quick-Step abalou o pelotão em outubro. A certa altura, parecia muito provável que duas das melhores equipas do desporto se unissem. Patrick Lefevere revela algumas das razões por detrás deste facto.

"Não me deixou feliz, não. Mas foi especialmente doloroso para os ciclistas e para todas as outras pessoas que trabalham para a equipa", disse Lefevere numa entrevista ao La Dernière Heure. A mudança foi considerada muito dura para a estrutura da equipa Quick-Step, onde apenas alguns ciclistas encontrariam um lugar. A maior parte dos ciclistas e do pessoal da equipa seriam obrigados a procurar outras equipas, o que acabaria por criar um problema no pelotão. A certa altura, foi discutida a criação de uma nova equipa para utilizar a estrutura da equipa já existente, mas tal acabou por não ser necessário, uma vez que as negociações falharam.

"Todas essas pessoas fizeram perguntas legítimas e eu teria feito tudo o que estava ao meu alcance para não as desiludir. Mas há um acionista maioritário e se ele decidir vender, não se pode fazer nada. Quando os chefes das duas equipas se reuniram, sugeri que se esperasse até 2025, mas eles queriam fazê-lo muito rapidamente", afirma Lefevere. No final, a fusão não se concretizou e a equipa voltou a concentrar-se na construção da sua época de 2024, enquanto a equipa holandesa deverá tornar-se "Visma - Lease a Bike", uma vez que encontrou um novo patrocinador.

"O Jumbo-Visma seguiu um caminho diferente, mas pode haver outros candidatos. Quem é que diz que os sauditas não se querem envolver? São criticados, mas estou a ver que vão organizar o Campeonato do Mundo de 2034 (de futebol). Digo sempre que o dinheiro não tem cheiro", concluiu, pois o país do Médio Oriente está a investir fortemente no desporto e procura formas de entrar nos escalões superiores.