Suspensão de quatro anos para ciclista da Decathlon por irregularidades no passaporte biológico

O ciclista francês Franck Bonnamour foi suspenso da competição até 2028, depois de o Tribunal Antidopagem da UCI ter concluído que o corredor cometeu uma violação da regra antidopagem (ADRV) relacionada com o seu passaporte biológico.

Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a UCI confirmou: "O Tribunal considerou que Franck Bonnamour tinha cometido uma Violação da Regra Antidopagem (ADRV) por utilização de uma substância proibida ou de um método proibido devido a uma anomalia inexplicável no seu Passaporte Biológico de Atleta em 2022."

Como consequência, Bonnamour foi condenado a um período de inelegibilidade de quatro anos, ficando suspenso de 5 de fevereiro de 2024 a 4 de fevereiro de 2028.

Ao contrário dos casos mais comuns, o processo não resultou de um teste positivo, mas sim de anomalias detetadas no Passaporte Biológico do Atleta (ABP) de Bonnamour, um registo electrónico de parâmetros sanguíneos e biológicos recolhidos ao longo do tempo, criado para identificar potenciais práticas de dopagem.

No mesmo comunicado, a UCI explicou: "O Passaporte Biológico do Atleta (ABP) é um registo electrónico individual para cada ciclista, no qual são compilados os resultados de todos os testes de dopagem recolhidos como parte do programa ABP durante um determinado período."

A gestão do programa está a cargo da Agência Internacional de Testes (ITA), em colaboração com a Unidade de Gestão de Passaportes de Atletas (APMU), sediada em Lausanne. Segundo a UCI, "os casos de passaporte biológico de atletas são processados com base no parecer de um painel de peritos independentes da APMU."

Tal como em todas as decisões do Tribunal, Bonnamour tem ainda a possibilidade de recorrer da decisão. A UCI confirmou que "a decisão pode ser objecto de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (CAS) no prazo de um mês."

Até que haja uma eventual decisão em contrário, Bonnamour permanecerá suspenso e a sanção será formalmente publicada no site oficial da UCI. O organismo internacional acrescentou ainda que "não fará mais comentários sobre o assunto."