Tadej Pogacar voltou a escrever uma página memorável na história do ciclismo, ao vencer de forma magistral a Volta à Flandres 2025, com um ataque demolidor na última passagem pelo Oude Kwaremont. Numa jornada épica, o esloveno bateu o campeão em título Mathieu van der Poel, colocando definitivamente o seu nome entre os grandes da primavera.
A fuga do dia foi composta por oito homens: Victor Vercouille (Flanders-Baloise), Alessandro Romele (XDS Astana Team), Elmar Reinders (Jayco AlUla), Rory Townsend (Q36.5 Pro Cycling Team), Marco Haller (Tudor), Connor Swift (INEOS Grenadiers), Timo Roosen e Sean Flynn (ambos da Picnic-PostNL). Chegaram a ter mais de quatro minutos de vantagem, mas a tranquilidade no pelotão era apenas aparente.
Ainda antes da primeira passagem no Oude Kwaremont, a tensão aumentou, e com ela chegaram as quedas. Uma das vítimas foi o próprio Van der Poel, a cerca de 125 km da meta, num incidente que envolveu também Jhonatan Narváez, Tim Wellens e John Degenkolb.
Com 100 km por percorrer, a fuga reduzia-se a seis elementos, enquanto um quarteto com Tiesj Benoot, Vito Braet, Stefan Küng e Davide Ballerini tentava fazer a ponte. Pouco depois, juntaram-se-lhes Filippo Ganna, Quinten Hermans, Daan Hoole e Matteo Trentin, formando um grupo de 13 homens que chegou a ter mais de um minuto de vantagem sobre o pelotão comandado pela UAE Team Emirates - XRG.
A 56 km do fim, o aguardado ataque de Pogacar surgiu. No entanto, o movimento não foi demolidor, e Van der Poel, Mads Pedersen, Wout van Aert e Matteo Jorgenson conseguiram colar-se à sua roda. A tensão diminuiu por instantes, permitindo o regresso de nomes como Neilson Powless e Jasper Stuyven.
No mítico Koppenberg, com a fuga a apenas 30 segundos, Pogacar e Van der Poel voltaram a acelerar, absorvendo os escapados. Pouco depois, o grupo principal formava-se com os principais favoritos juntos.
Na Steenbeekdries e depois no Taaienberg, Pogacar voltou a insistir. Só Van der Poel e Pedersen conseguiram responder, enquanto a Visma | Lease a Bike mantinha Jorgenson, Benoot e Van Aert na perseguição, juntamente com Küng e Stuyven.
A 30 km do fim, no Oude Kruisberg, Pogacar lançou mais um ataque e finalmente isolou-se com Van der Poel, deixando Pedersen para trás. A perseguição foi intensa e o grupo voltou a juntar-se antes do Oude Kwaremont.
Foi aí que Pogacar lançou o ataque decisivo. Com Van Aert a antecipar-se na zona rápida, o esloveno respondeu de imediato, anulou a ofensiva do belga e, já nos paralelos, desferiu um ataque fulminante que deixou Van der Poel sem resposta. No topo da subida, Pogacar tinha já uma vantagem clara.
Na última ascensão do dia, o Paterberg, a vantagem aumentou para 24 segundos, e aos 10 km do fim já ultrapassava o meio minuto. O grupo perseguidor, desorganizado e desgastado, não conseguiu reagir, permitindo ao esloveno cimentar o seu triunfo.
Com mais de 50 segundos de vantagem na chegada a Oudenaarde, Tadej Pogacar cruzou a meta isolado, braços ao alto, somando mais uma vitória monumental ao seu currículo, agora também com o sabor da Camisola Arco-Íris. Mads Pedersen ganhou o sprint pelo segundo lugar e Mathieu Van der Poel ficou em terceiro. Com esta vitória, o esloveno chegou às 8 vitórias em monumentos, igualando o "Imperador" Rik Van Looy.
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