A segurança no pelotão é um dos temas quentes da actualidade no mundo do ciclismo. Tejay van Garderen e Brent Bookwalter, que se retiraram na altura em que as velocidades no pelotão começaram a aumentar drasticamente, partilharam as suas opiniões sobre o assunto.
"Detesto dizer isto, detesto ser eu a dizer "os ciclistas tornam a corrida menos segura", mas é a verdade", afirmou van Garderen no podcast "Beyond the Podium" da NBC Sports. "Antigamente íamos ao Challenge de Maiorca e não haviam fugas porque ninguém queria atacar e andávamos devagar e no final acelerávamos e resolvíamos tudo ao sprint e essas corridas do início de época eram mais seguras".
De momento não há qualquer hipótese de isso acontecer, embora, ocasionalmente, vejamos algo semelhante nas etapas planas das Grandes Voltas, em que as equipas estão focadas nos resultados que decidem não mandar homens para a fuga, mesmo que isso lhes custe uma falta de exposição televisiva.
Na actualidade a média de idades do pelotão tem vindo a descer, com cada vez mais jovens ciclistas a apresentarem bons desempenhos, o que leva as equipas a apostarem constantemente neles. "95% do pelotão nem sequer tem os lóbulos frontais totalmente desenvolvidos, pelo que vão estar sempre a mandar vir", brincou.
Nos últimos meses têm surgido opiniões para reduzir a velocidade no pelotão, como a redução do número de dentes das pedaleiras, como forma de limitar a velocidade nas descidas, mas van Garderen se mostra optimista relativamente ao assunto "Eles estão a correr como estão a correr e já o faziam quando as nossas carreiras estavam a acabar, foi isso que tornou as corridas um pouco mais perigosas e estou contente por não estar a competir agora, mas aquelas ideias artificiais como reduzir as equipas para 8 ou 9 ciclistas, que não surtiu qualquer diferença... pelo que reduzir o numero de dentes do prato grande da pedaleira também não fará qualquer diferença".
Bookwalter, um antigo colega de equipa na BMC, concordou. "No final da minha carreira, eles estavam a aumentar o número de dentes do prato e eu andava apenas com um 53, mantive os meus 53 dentes. A idade média do pelotão, não sei as estatísticas exactas, mas em termos de observação, está definitivamente mais baixa. E este é um exemplo de "os ciclistas tornam a corrida segura". Um jovem de 19 ou 20 anos tem um processo de decisão e um perfil de risco diferentes de um Brent de 37 anos, que está à beira de se retirar";
"95% of the peloton don't even have fully developed frontal lobes. Yeah, they're going to be sending it every chance they get." 😂
— NBC Sports Cycling (@NBCSCycling) January 9, 2025
Tejay Van Garderen and Brent Bookwalter on how the average age of the peloton impacts rider safety. pic.twitter.com/gMjkgVjB3C