Graças a Tadej Pogacar, a edição de 2025 da Milan-Sanremo ficará marcada como uma das mais emocionantes dos últimos anos. No entanto, apesar dos seus impressionantes esforços, La Primavera continua a ser um enigma difícil de desvendar para o esloveno. Desta vez, atacou logo na Cipressa, mas nem assim conseguiu superar os seus principais rivais.
"Percebo que eles têm de escolher: atacar na Cipressa ou no Poggio. Não há mais opções", analisou Thijs Zonneveld no seu podcast In Het Wiel. A UAE Team Emirates optou por lançar o ataque na Cipressa, a subida mais longa e, teoricamente, a mais exigente do percurso. "Faz sentido. Quanto mais longa for a subida, mais joga a favor de Pogacar", explicou Zonneveld.
Ainda assim, Mathieu van der Poel conseguiu responder ao ataque na penúltima subida do dia. Para Zonneveld, o holandês é praticamente imbatível em esforços curtos, seja um esforço de 2, 4 ou 8 minutos, especialmente quando as inclinações são suaves. "Mas se a subida durar 20 minutos, Pogacar é superior. Existe um ponto de interseção entre os dois, e a questão é onde esse ponto se encontra."
Além da duração, a inclinação das subidas da La Primavera também joga contra Pogacar. "Eles subiram a Cipressa a uma média de 37,6 km/h. A vantagem de estar na roda é enorme. Para Pogacar se livrar de Van der Poel neste cenário, teria de ser substancialmente mais forte."
A pura força física não bastou. "A grande diferença entre os dois é que Van der Poel está habituado a diferentes tipos de finais. Pogacar constrói as suas vitórias em corridas duras, onde é quase sempre o mais forte e consegue deixar os adversários para trás. Mas não está habituado a ganhar corridas assim, com ataques em ritmo irregular e finais imprevisíveis. Van der Poel, por outro lado, faz isso desde sempre — e é simplesmente brilhante nesse estilo."