Tom Boonen correu 15 épocas com a equipa Quick-Step e tornou-se não só uma lenda do desporto, mas também um símbolo da equipa e das corridas belgas. Por isso, é surpreendente o facto de ter começado a sua carreira na US Postal Service, correndo ao lado de Lance Armstrong, que, no entanto, se recorda apenas de uma pessoa má, que não foi amigável nem mesmo quando Boonen saiu da equipa.
"A forma como Armstrong tratou os seus amigos é detestável. Com o seu melhor amigo, Frankie Andreu, por exemplo. Ele tinha denunciado Armstrong, mas a única coisa que disse foi o que foi dito naquele quarto de hospital", disse Boonen no podcast Foto's Met Kurkdroog. "Armstrong é uma pessoa terrível nesse aspeto. Ele deveria ter confessado muito antes". Boonen foi estagiário da equipa americana em 2001 e tornou-se profissional em 2002, ano da quarta vitória de Armstrong na Volta à França.
Deixou a equipa em 2002 e teve um bom feedback no geral, mas recorda a mensagem que o americano lhe deixou nessa altura. "Enviei uma mensagem a toda a gente por volta do Natal para lhes agradecer um ano fantástico. Recebi muitas mensagens simpáticas de volta. Chamavam-me Tommie Boner. Depois, de repente, recebi uma mensagem do Armstrong. Ele disse: "Boa sorte, vais precisar dela". Na altura, eu tinha apenas 21 anos", revela.
A mensagem era um sinal de algo, que se tornou claro para o belga. "Depois disso, o Lance não falou comigo durante seis anos", continua Boonen. "Eu disse 'vai-te lixar, meu'. Durante todas as corridas em que Armstrong e eu estávamos na partida, eu passava por ele e dizia 'hey Lance'. Ele ficava a olhar para o espaço".