Tom Dumoulin questiona o porquê de Chris Froome ainda não ter encerrado a sua carreira profissional: "Ganhou milhões ao longo de quase uma década. Não sei quantas casas são precisas para viver confortável…"

Chris Froome foi, sem dúvida, o ciclista de Grandes Voltas mais bem-sucedido da década passada. Com quatro triunfos na Volta a França, uma vitória na Volta a Itália e duas na Volta a Espanha, o britânico escreveu o seu nome entre os maiores da história. No entanto, desde o gravíssimo acidente sofrido durante o reconhecimento do contrarrelógio do Critérium du Dauphiné em 2019, Froome nunca mais conseguiu regressar ao seu melhor nível.

A sua continuidade no pelotão, sobretudo ao serviço da Israel - Premier Tech, continua a levantar questões, e Tom Dumoulin foi o mais recente a abordar o tema sem rodeios. No podcast De Grote Plaat, o antigo campeão mundial de contrarrelógio expressou uma opinião clara sobre o estado atual do seu antigo rival.

"Na minha opinião, é uma pena que ele continue a correr", disse o neerlandês. "Quero acreditar que ele ainda retira prazer daquilo que faz, e se for esse o caso, quem sou eu para julgar? Mas tenho a sensação de que Froome já não está a desfrutar verdadeiramente. Parece-me que continua a pedalar mais por hábito, talvez até por receio de parar".

Dumoulin, que se retirou do ciclismo em 2022, também questiona a necessidade financeira de prolongar uma carreira que, desportivamente, parece encerrada. "Claro que ainda ganha bem, mas pergunto-me se ele precisa disso. Ganhou milhões ao longo de quase uma década. Não sei quantas casas são precisas para viver confortável…", comentou com alguma ironia.

"A verdade é que, desde a sua queda em 2019, nunca mais vimos o verdadeiro Froome. Ele deixou de ser competitivo a sério. E ver alguém daquele nível a andar ali no fundo do pelotão... tira um pouco do brilho à sua carreira".

Apesar da crítica, as palavras de Dumoulin mantêm um tom respeitoso, próprio de quem reconhece o legado do britânico, mas acredita que talvez já seja tempo de encerrar o capítulo profissional de uma lenda em declínio.