Thymen Arensman está, pouco a pouco, a reconstruir a sua candidatura à classificação geral da
Volta a Itália 2025. Depois de um início atribulado e da perda de tempo relevante na etapa inaugural na Albânia, o neerlandês da
INEOS Grenadiers voltou ao top-10 após o segundo contrarrelógio e surge agora como um nome a ter em conta para a alta montanha, onde se decidirá o desfecho da Corsa Rosa.
"Arensman faz o seu habitual Arensman", ironizou o apresentador Sander Kleikers no programa Kop over Kop, aludindo à edição de 2024, quando o neerlandês também começou de forma discreta e terminou num respeitável sexto lugar da geral.
Erik Breukink corrobora a análise: "Ele está a mostrar um excelente nível. Já vimos isso no domingo, na etapa de sterrato, onde esteve entre os melhores. Sem o contratempo da primeira etapa, provavelmente estaria agora entre os cinco primeiros. Mas isso faz parte. O importante é que ele próprio deixou isso para trás. Está agora em décimo lugar, e quem sabe se não poderá lutar pelo top-5. Isso já seria um excelente resultado".
Arensman foi um dos grandes protagonistas da jogada ofensiva da INEOS Grenadiers na brutal etapa 9, quando a equipa lançou um ataque coletivo com três homens nos setores de terra batida da Toscana. Contudo, um furo obrigou o neerlandês a abandonar o grupo dianteiro, condicionando uma jogada que poderia ter dado frutos ainda maiores à formação britânica.
"Foi uma pena, tanto para a equipa como para o Arensman", lamentou Bobbie Traksel. "Ter dois homens na frente naquele momento era uma carta tática importante. Ele teve de ceder e isso comprometeu o plano. São percalços como este que mudam uma estratégia inteira".
A próxima semana de competição não será ainda decisiva para a definição do pódio, mas será certamente um campo minado para quem aspire à geral. "Ninguém vai ganhar o Giro nas etapas que aí vêm", comentou Breukink, "mas pode-se perfeitamente perdê-lo. Há dias com armadilhas. O dia após um contrarrelógio, por exemplo, com uma subida como o San Pellegrino logo a meio da jornada, é traiçoeiro. Arensman está a fazer o que tem de fazer. Mas também não lhe devemos colocar demasiada pressão. Ele é um ciclista que prefere correr com alguma liberdade".
A consistência e o perfil de Arensman continuam a fazer dele uma peça essencial na estrutura da INEOS. E, com Bernal também bem colocado, a equipa britânica mantém duas cartas válidas para os dias decisivos. Se o azar deixar de se intrometer, Arensman ainda pode ser um fator importante neste Giro.