Treinador de Roglic revela: "O Primoz já estava a ter dificuldades, mal conseguia puxar 60 watts nos rolos"

As ambições de Primoz Roglic em conquistar uma vitória numa grande volta desmoronaram-se na última semana da Volta a Itália e quem sabe não terá sido a última chance de brilhar em 3 semanas. O esloveno sofreu um trio de quedas que arrasaram as suas hipóteses de lutar pela Camisola Rosa e acabaram por ditar o seu abandono durante a exigente 16.ª etapa, devido a problemas físicos evidentes.

Após a prestação desinspirada na etapa 15, em que cedeu tempo significativo na subida ao Monte Grappa, gerou-se dúvida sobre se o líder da Red Bull - BORA - Hansgrohe estaria em condições de sequer alinhar à partida da etapa 16. Segundo Marc Lamberts, seu treinador pessoal, Roglic só decidiu continuar por consideração à sua equipa:

“Por respeito pelos seus companheiros de equipa, que tanto fizeram por ele”, revelou Lamberts ao Het Nieuwsblad.

Contudo, a realidade é que o cinco vezes vencedor de Grandes Voltas estava visivelmente limitado. A tentativa de recuperação no dia de descanso não produziu melhorias significativas, e os dados falam por si:

"O Primoz já estava a ter dificuldades, mal conseguia puxar 60 watts nos rolos".

A queda sofrida na etapa de sterrato revelou-se mais grave do que inicialmente se supunha. Segundo Lamberts, o impacto voltou a afetar o ombro previamente lesionado na Volta ao País Basco 2024, e as feridas abertas, cheias de detritos, agravaram o processo de recuperação. Para além disso, os quadríceps também foram afetados, provocando dores a cada pedalada nas subidas.

O plano inicial passava por uma dobradinha Giro-Tour, mas com o abandono em Itália, as atenções viram-se agora totalmente para o mês de julho e a Volta a França, onde Roglic tentará pela primeira vez alcançar a Camisola Amarela com a camisola da Red Bull.

"Já passámos por pior. No ano passado, depois de abandonar o Tour, ele estava mesmo numa situação má. Desta vez é diferente. Vamos verificar se há fraturas ou lesões musculares graves, mas para já não esperamos nada de preocupante".

Lamberts revela ainda que o plano de recuperação já está delineado:

"Depois de uma semana de descanso com a família, deverá poder retomar a sua preparação para o Tour com um campo de treino em altitude em Tignes. Nesse sentido, ele está a ter uma semana extra de descanso"