"Uma chegada em que dá para nos irmos defendendo" - Rafael Reis aguenta dureza do Sameiro e mantem-se líder na Volta a Portugal

Ciclismo
quinta-feira, 07 agosto 2025 a 21:17
Rafael Reis
Rafael Reis é o homem do momento na Volta a Portugal. O famoso "papa-prólogos" entrou ontem no Top 20 dos ciclistas com mais vitórias na história da Volta a Portugal, com 10 vitórias no total, 7 delas obtidas em prólogos inclusive tendo agora um registo de 5 anos consecutivos a vencer nesta especialidade. Terá sido para surpresa de poucos que Rafael Reis vestiu mais uma vez a Camisola Amarela na Volta a Portugal. Curiosamente na primeira vez que vestiu a amarela, em 2016, também teve de a defender em Braga no dia seguinte, na altura não tendo sido bem sucedido numa etapa que passava pelo Alto do Sameiro por duas vezes mas que terminava no centro de Braga. Desta feita, o ciclista da Anicolor - Tien 21 conseguiu efetivamente aguentar a Camisola Amarela estando agora com 2 segundos de vantagem sobre o vencedor da etapa German Tivani.
Em declarações à RTP após o final da etapa, Rafael Reis deu uma excelente explicação sobre como tudo se desenrolou no dia de hoje: "Não tinha boas memórias de um dia parecido com este. Em 2016 fizemos este circuito 2 vezes, acabava lá em baixo em Braga e acabei por perder a amarela. Mas hoje a equipa deu-me a oportunidade de me poder defender. Dei o meu máximo, não ia a pensar em nada. Acaba por ser uma subida que tem várias fases. Tem uma fase inicial em que entramos com bastante velocidade e que dá para acompanhar o ritmo na roda. Depois temos ali ao fim de um quilometro há uma parte bastante inclinada em que entramos na floresta. Mas a partir daí dá para me ir defendendo na roda, dá para poupar bastante e consegui defender-me. Estou bastante orgulhoso por mim, pelo meu esforço e também pela equipa, pelo Fabio (Costa) que puxou o dia todo. A equipa fez um trabalho enorme na fase inicial para escolhermos uma fuga que nos desse jeito. Depois aqui haviam também interesses de outros corredores.
Mesmo tendo defendido com sucesso a Camisola Amarela, a própria equipa da Anicolor - Tien 21 parecia ter outros planos quando lançou Pedro Silva ao ataque já dentro da subida final. "Fico muito contente por termos também dado oportunidade ao Pedro (Silva). O Pedro é um grande corredor, merecia também esta oportunidade. É um corredor que tem muita qualidade e espero que ele um dia consiga cumprir o seu objetivo, que é ir para o estrangeiro. Ele ainda é bastante novo e conseguirá alcançar isso também. Defender a amarela é muito bom para mim e para a equipa e estou muito contente."

Esperava um grupo tão grande a disputar a vitória hoje?

"É como eu disse, acaba por ser uma chegada em que dá para nos irmos defendendo. Lembro-me que em 2016 acabaram por chegar 50 corredores lá em baixo e também foi uma dupla ascenção cá acima e este ano eu não sabia mas a estrada foi alcatroada de novo. Acaba por ser mais fácil, antigamente notava-se que tinha um empedrado por baixo e acabava por ser mais difícil de ultrapassar mas este ano realmente a subida dava para nos irmos defendendo.", concluiu.

Até quando a amarela?

"Nós vamos tentando. Os corredores como o Tivani era esperado que hoje fossem tentar. Têm muita qualidade. Amanhã é um dia bom para eles. Isto é uma oportunidade para todos, também para as equipas se mostrarem ao longo do ano. A Volta a Portugal é assim. Amanhã também lhes tocará tentarem, e a nós também."

Comentários de Ruben Pereira:

Ruben Pereira, diretor da equipa, também prestou declarações à televisão pouco depois elogiando o trabalho da equipa e lamentando os azares de que Rubén Fernández foi vítima: "Tudo correu dentro daquilo que nós tínhamos planeado. A partir do momento que o Ruben Fernandez avariou duas vezes consecutivas tivemos que mudar a nossa estratégia e correr mais na defesa do que no ataque. Tínhamos um plano traçado para hoje mas o Ruben teve a infelicidade de ter de trocar de bicicleta duas vezes praticamente nas duas subidas finais e isso acaba por nos tirar a possibilidade de poder endurecer a corrida, mas acabou por ser um dia salvo."
Dentro destes azares, a equipa ainda conseguiu salvar a liderança da corrida. Mas quais serão os objetivos para amanha? "Amanhã é outro dia bastante seletivo. Uma parte final exigente. Sabemos sempre que Fafe é Fafe, é um terreno ondulado onde tudo pode acontecer. Hoje era uma etapa fácil com uma parte final dura e acabou por não causar diferenças mas amanhã é um novo dia. Teremos que defender o nosso objetivo, que é manter a Camisola Amarela e levar o Artem (Nych) o melhor posicionado (possível e.d.)"
Pode-se dizer que os homens de amarelo vivem verdadeiramente para a amarela e que a amarela dá asas à equipa: "Sim, eu costumo dizer que não deixamos para amanhã aquilo que podemos fazer hoje. Se pudermos manter a amarela o máximo possível iremos faze-lo, é retorno que damos aos nossos patrocinadores e é para isso que nós aqui estamos, para trabalhar para isso e a amarela para nós tem muito significado independentemente de qual seja o desfecho final da Volta a Portugal."
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