Van der Poel e Pogacar estão num patamar à parte: um novo domínio nas clássicas da primavera

Ciclismo
segunda-feira, 14 abril 2025 a 13:39
tadejpogacar mathieuvanderpoel
As clássicas da primavera sempre foram o palco ideal para o inesperado. Ao longo das últimas décadas, foram inúmeras as vitórias de forasteiros, os desenlaces imprevisíveis e as surpresas que marcaram os Monumentos. Mas em 2025, a narrativa foi outra: três Monumentos, os mesmos dois protagonistas. Tadej Pogacar e Mathieu van der Poel foram, sem margem para dúvidas, os dois ciclistas mais fortes em cada uma das corridas disputadas até agora.
“Até à semana passada, falávamos de três grandes nomes. E o terceiro podia variar — podia ser Pedersen, podia ser Van Aert”, comentou José De Cauwer ao Sporza. “Mas depois do que vimos, temos de ser claros: os dois estão, simplesmente, num nível superior.”
Na Milan-Sanremo, Pogacar e Van der Poel destacaram-se na Cipressa e no Poggio, mas viram Filippo Ganna intrometer-se na luta e ocupar o segundo lugar. Na Volta à Flandres, voltaram a ser os mais fortes. Van der Poel aguentou até ao último Oude Kwaremont, onde Pogacar fez a diferença. Em Roubaix, voltaram a isolar-se como os melhores do dia — num terreno onde, teoricamente, outros especialistas como Ganna, Van Aert ou Pedersen teriam vantagem.
Aliás, Pedersen foi o terceiro elemento que mais vezes esteve próximo. Foi segundo na Flandres e terceiro em Roubaix, completando dois pódios consecutivos atrás das duas superestrelas. Um padrão difícil de ignorar — e que mostra até que ponto a diferença entre os melhores e o pelotão médio se tem vindo a acentuar.
Nesta fase da época, Van der Poel e Pogacar são já os "dois grandes" das clássicas da primavera. E Pogacar ainda tem pela frente o seu terreno favorito: as Ardenas. Sendo o único ciclista da atualidade a ter vencido Lombardias, Liège, Flandres e, agora, a ter estado perto da vitória em Roubaix e Sanremo, o esloveno parte como favorito absoluto para tentar conquistar a tripla Amstel, Flèche e Liège.
Sobre Wout van Aert, De Cauwer também deixou palavras importantes. O belga terminou em quarto tanto na Flandres como em Roubaix, levando a melhor classificação belga em ambos os casos, mas sem conseguir acompanhar o ritmo demolidor dos seus dois rivais.
“É um período verdadeiramente único na história do ciclismo”, afirma De Cauwer. “Na Flandres, ele quebrou nos momentos-chave. Mas no final, ainda fez um bom resultado. Só que aquela super-velocidade já não está lá quando a corrida se acelera a sério.”
E deixou até uma sugestão: “As pessoas dizem que Van Aert devia voltar à prancheta. Não digo que tenho a solução, mas começaria por o fazer correr à moda antiga. Correr. Simplesmente correr.”
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