No arranque da E3 Saxo Bank Classic, uma das ausências mais notadas no pelotão é a de Tadej Pogacar. Após o duelo épico na Milan-Sanremo, Mathieu van der Poel preparava-se para mais um confronto direto com o esloveno nos paralelos — confronto esse que terá de esperar. “Ele teria facilitado a minha vida, porque torna sempre a corrida mais dura. Gosto de competir contra os mais fortes”, confessou Van der Poel ao Wielerflits, lamentando a decisão de última hora que retirou o campeão do mundo da lista de inscritos da clássica de Harelbeke.
Conhecido pelo seu estilo ofensivo e imprevisível, Pogacar costuma ser o impulsionador de jogadas decisivas. Para Van der Poel, esse tipo de corrida aberta e agressiva encaixa perfeitamente no seu perfil. Ainda assim, o líder da Alpecin-Deceuninck está focado na missão do dia, consciente das dificuldades que o esperam. “Está prevista alguma chuva para a última hora, por isso, como equipa, temos de manter o controlo o maior tempo possível”, explicou, referindo-se à gestão estratégica necessária num percurso técnico e propenso a surpresas. “Em estradas como estas, isso é complicado. As outras equipas também vão querer forçar, por isso será difícil. Mas o objetivo mantém-se.”
Com a presença de Pogacar confirmada para a Paris-Roubaix, onde Van der Poel venceu nas duas últimas edições, já se antecipam novos capítulos nesta rivalidade. No entanto, o holandês rejeita qualquer receio. “Não, não o temo. Se se teme alguém, isso nunca é um bom sinal.”
Mathieu van der Poel volta assim a assumir o papel de principal favorito numa das clássicas mais prestigiadas do calendário flamengo — com ou sem Pogacar na estrada. E se há algo que a primavera de 2023 e 2024 nos ensinou, é que quando Van der Poel corre com liberdade, raramente se contenta com menos do que vencer.