Depois de várias jornadas com prestações discretas, mas em contacto com os restantes favoritos,
Primoz Roglic parece ter começado a ceder ao desgaste acumulado de uma
Volta a Itália particularmente atribulada. Vencedor da edição de 2023, o líder da Red Bull – BORA – Hansgrohe foi claramente o mais penalizado entre os favoritos na etapa 15, uma das mais exigentes da presente edição, com terreno montanhoso e ataques incisivos no final.
Com três quedas registadas na última semana, o esloveno tem vindo a apresentar sinais de fragilidade crescentes. Mas foi na fase decisiva da jornada alpina que as dificuldades se tornaram evidentes.
A 29 quilómetros do fim, na subida seguinte ao Monte Grappa, Dori,
Richard Carapaz lançou o primeiro ataque sério entre os homens da geral. O movimento do equatoriano da EF Education-EasyPost foi rapidamente marcado por nomes como Isaac Del Toro, Simon Yates e Egan Bernal, mas Roglic ficou para trás, sem resposta visível.
Com novo arranque de Carapaz escassos metros depois, a situação agravou-se para Roglic. Na aproximação ao topo da última subida do dia - Dori, com os seus 16 km a 5% e várias rampas mais duras - o líder da BORA já seguia a mais de um minuto do grupo dos principais candidatos à geral.
O desnível, a distância até à meta e a natureza exigente do terreno final tornaram quase impossível a recuperação. Roglic entrou isolado nos 25 quilómetros finais, com o sonho da Camisola Rosa a esvair-se num dia sombrio. A 10km do fim , já perde 1:30.
O incidente levanta sérias dúvidas sobre o real estado físico do esloveno. A sucessão de quedas, os hematomas visíveis e o esforço acumulado ao longo de duas semanas de corrida estão a deixar marcas. Mesmo para um corredor conhecido pela sua resiliência e capacidade de recuperação, o cenário parece irreversível.
Faltando ainda cinco etapas decisivas em alta montanha, Roglic continua matematicamente na luta. Mas, com a confiança abalada e rivais em crescente ascensão, o caminho para repetir o título de 2023 parece agora muito mais íngreme.