Mathieu van der Poel fez história no início deste ano ao garantir vitórias consecutivas na Paris-Roubaix. À medida que a edição de 2025 do "Inferno do Norte" se aproxima no horizonte, conseguirá Van der Poel alcançar três vitórias consecutivas?
A preparação para uma corrida tão brutal como a Paris-Roubaix vai para além do treino físico, requer uma equipa completa 100% empenhada no objetivo. Os colegas de equipa de Van der Poel na Alpecin-Deceuninck deram uma ideia da abordagem da equipa, da sua mentalidade e da rotina que antecede um dos eventos mais emblemáticos do ciclismo.
A Paris-Roubaix começa muito antes dos ciclistas se fazerem à estrada. O dia da equipa começa cedo, com o pequeno-almoço a servir de ritual de preparação física e mental. Oscar Riesebeek explicou ao WielerRevue, "Levantei-me entre as sete e as oito, penso eu. Cedo, mas sou uma pessoa matinal. O Mathieu é uma pessoa que acorda muitas vezes cedo, o Gianni (Vermeersch e.d.) também, mas normalmente os velocistas gostam mais de dormir até tarde."
Apesar do início precoce, a equipa mantém um ambiente descontraído. "Há sempre um ambiente agradável e descontraído", continua Riesebeek. "Se houver uma pessoa que tenha um pouco mais de dificuldade pela manhã, ela rapidamente se juntará à atmosfera do grupo."
Para Gianni Vermeersch, o facto de começar cedo não é grande problema: "Acordei por volta das seis e meia. Sou, de facto, uma pessoa que acorda depressa, que não precisa de mais uma hora, porque tenho logo energia", diz. O seu companheiro de pequeno-almoço, Jasper Philipsen, tem uma abordagem diferente: "O Jasper é aquele que consegue dormir mais tempo e é o último a tomar o pequeno-almoço. Na véspera da corrida, também consegue dormir bastante tempo à tarde para estar totalmente descansado à partida", observou Vermeersch.
Antes de Paris-Roubaix, a equipa garante que todos os pormenores são tidos em conta, embora a estratégia em si permaneça simples. "Paris-Roubaix é uma corrida fácil: temos de estar na frente em todas as secções de paralelo", explicou Vermeersch. Vermeersch explica também que a confiança no dia da corrida se deve ao facto de terem feito um bom reconhecimento e preparação. "Fizemos um bom reconhecimento e também estivemos num hotel nos últimos três dias antes da corrida. Isso garante que se sabe exatamente como e o quê no briefing."
Para ciclistas experientes como Vermeersch, os nervos não são um grande fator, mas a importância do equipamento pode acrescentar uma camada extra de tensão. "O material é muito importante nesta corrida. Isso deixa-me um pouco mais nervoso", admitiu. Ainda assim, a camaradagem da equipa ajuda a aliviar a tensão. "No autocarro animamo-nos uns aos outros, com um pouco de música, mas de qualquer forma todos estão extra motivados para uma corrida como Roubaix. Especialmente porque o nosso núcleo de clássicas está tão próximo".