A temporada de 2025 caminha para o fim e, com ela, aproxima-se também o arranque de um novo ciclo no pelotão. Em 2026 inicia-se um novo triénio e uma das grandes incógnitas recai sobre a
Soudal - Quick-Step, que a partir de 1 de janeiro deixará de contar com Remco Evenepoel, de saída para a Red Bull - BORA - hansgrohe.
Sem o belga como referência para as Grandes Voltas, a equipa pode ser forçada a regressar às origens: a mística do “Wolfpack” que durante anos dominou as clássicas. E nesse contexto, surgiu uma proposta inesperada.
Tom Boonen, lenda maior da equipa e quatro vezes vencedor da Paris-Roubaix, admitiu estar disponível para voltar como treinador, ajudando a reerguer o bloco para a primavera.
Em declarações ao Het Nieuwsblad, Boonen abriu o jogo:
"O Wilfried Peeters pode vir cá falar comigo. Estou interessado em participar na campanha das clássicas da primavera. Se a Soudal Quick-Step quiser formar uma nova estrutura para essas corridas, estou disponível."
Posteriormente, numa participação no podcast Wattage do Sporza Cycling Club, o ex-campeão voltou a esclarecer que não existiram quaisquer conversas formais até ao momento:
"Não, de todo. O Het Nieuwsblad perguntou-me se estaria interessado e eu não disse que queria regressar. Mas acrescentei que, se há uma altura ideal, é agora. Um novo começo é possível."
Mercado e novas ambições
A reestruturação da Soudal - Quick-Step para 2026 tem sido feita com nomes sonantes. Dylan van Baarle e Jasper Stuyven já foram confirmados e vão reforçar a equipa a partir da próxima época, numa clara aposta em recuperar o domínio nas clássicas empedradas.
Ainda assim, Boonen acredita que a chave para o futuro pode já estar dentro de casa: Paul Magnier. O jovem francês de 21 anos atravessa a sua segunda temporada como profissional com números impressionantes, somando já 13 vitórias, sete delas nas últimas nove corridas.
"Não me parece que estejam a desistir da sua essência. Têm o Paul Magnier e ele tem condições para vencer clássicas. Acredito que nos próximos dois ou três anos possam dar passos claros em direção à antiga Quick-Step", analisou Boonen.
Com Evenepoel de saída e novos líderes em construção, a Soudal encontra-se num ponto de viragem. E a possível entrada de Boonen na estrutura técnica seria um regresso carregado de simbolismo para tentar restaurar o espírito da “Wolfpack”.