Vincenzo Nibali deixa aviso a Tadej Pogacar: "O Vingegaard transforma-se no Tour"

Tadej Pogacar surge como o principal favorito à vitória na Volta a França de 2025, opinião partilhada por quase todos os analistas e adeptos do ciclismo. Ainda assim, há um nome capaz de ameaçar o campeão do mundo: Jonas Vingegaard, vencedor das edições de 2022 e 2023.

Vincenzo Nibali, que conquistou a prova em 2014, conhece bem o peso de contrariar as expetativas, já que o seu triunfo há onze anos foi um dos mais memoráveis do século. Observando os dois grandes candidatos ao triunfo em Paris, o antigo campeão italiano reconhece a superioridade de Pogacar, mas não descarta o dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike.

“Numa escala de 1 a 10, Pogacar tem nota 10. Mas no Tour, Vingegaard merece um 9. Ou seja, não está assim tão longe”, comentou Nibali, em entrevista à Gazzetta dello Sport.

Enquanto Pogacar constrói vitórias ao longo de todo o calendário, espalhando classe em Clássicas e provas por etapas, Vingegaard opta por uma abordagem mais contida, focada essencialmente nas provas de três semanas. E, para Nibali, esse foco total rende dividendos em julho: “Vingegaard transforma-se no Tour. É a corrida em que tudo gira à sua volta e onde ele atinge sempre o auge.”

O percurso da edição de 2025 poderá também favorecer a abordagem mais metódica do nórdico. Sem grandes dificuldades montanhosas na primeira semana, Pogacar pode ver-se privado de terreno para fazer diferenças desde cedo. Já Vingegaard poderá usar esse arranque mais contido para entrar em ritmo competitivo antes da montanha verdadeiramente se impor nas etapas rumo ao sul do país.

Nibali acrescenta um dado relevante: “Há um fator que quase ninguém refere, e é a exigência extrema do percurso: 50.000 metros de desnível acumulado e cinco chegadas em alto. Nada disto vai incomodar Vingegaard.”

Os primeiros sinais da corrida confirmam que o dinamarquês chegou preparado. Logo na etapa inaugural, teoricamente reservada aos sprinters, Vingegaard e Pogacar, acompanhados por Enric Mas, conseguiram isolar-se num momento de tensão e já ganharam 39 segundos à maioria dos rivais. Se o ritmo continuar assim durante as próximas três semanas, tudo indica que teremos uma edição memorável da Grand Boucle.