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Volta a Espanha 2025 aproxima-se da sua semana decisiva, mas a disputa pela camisola vermelha entre Jonas Vingegaard e João Almeida tem sido ofuscada por uma onda crescente de protestos pró-palestinianos que atingiram a corrida de forma inédita.
Segundo o L’Équipe, os organizadores chegaram mesmo a sugerir à Israel - Premier Tech que considerasse abandonar voluntariamente a prova, numa tentativa de reduzir a tensão. Até agora, a equipa manteve-se em competição, mas já retirou a palavra Israel de carros e equipamentos, sem que isso tenha travado as manifestações.
Uma segunda semana marcada por incidentes
Os protestos têm sido frequentes e, em alguns casos, colocaram em risco direto a segurança dos ciclistas:
- Etapa 11: neutralizada depois de manifestantes bloquearem a estrada.
- Etapa 13 (Angliru): protestos interromperam momentaneamente a corrida.
- Etapa 15: um manifestante interferiu na corrida e provocou uma queda que envolveu Javier Romo, felizmente sem consequências graves.
Além disso, em várias partidas e chegadas têm-se ouvido cânticos de “assassinos” dirigidos às equipas, reforçando a dimensão política que a corrida assumiu este ano.
Madrid no centro das atenções
A maior preocupação recai agora sobre a etapa final em Madrid, prevista para o próximo domingo. Embora seja tradicionalmente um desfile para o vencedor da geral, o simbolismo de terminar na capital espanhola torna a chegada um potencial foco de contestação. Há receios de manifestações em grande escala que possam comprometer a segurança da corrida e dos espectadores.
Apesar disso, a organização da Vuelta reafirmou que a corrida vai terminar em Madrid como planeado.
Ciclismo em segundo plano
Enquanto Vingegaard e Almeida se preparam para decidir a Vuelta em terreno montanhoso, a incerteza paira sobre a segurança dos últimos dias. O ambiente político fora da estrada está, neste momento, tão presente quanto as próprias batalhas na montanha e no contrarrelógio, transformando esta edição numa das mais delicadas da história recente.