Volta à Flandres feminina 2025: favoritas, outsiders e o que esperar do Monumento

sexta-feira, 04 abril 2025 a 13:00

A Volta à Flandres feminina regressa este domingo com um pelotão repleto de estrelas e um percurso clássico, repleto de dificuldades: 163 quilómetros, 12 subidas, vários troços de paralelos e, claro, os momentos decisivos no Oude Kwaremont e Paterberg, a menos de 20 km do fim.

Num Monumento tão imprevisível quanto seletivo, os olhos vão estar postos nas principais favoritas, mas a história da corrida mostra-nos que surpresas podem sempre acontecer. Aqui ficam os grandes nomes a seguir.

Elisa Longo Borghini (Lidl–Trek)

A campeã em título chega embalada por mais uma vitória esta semana na Dwars door Vlaanderen, e prova estar em excelente forma. Aos 33 anos, a italiana procura conquistar a Flandres pela terceira vez (2015, 2024), com a sua habitual mistura de resistência, inteligência tática e agressividade nos paralelos. Quando a corrida endurece, Longo Borghini tende a aparecer — e tem equipa para isso.

Lotte Kopecky (SD Worx-Protime)

A heroína nacional da Bélgica e bicampeã da prova (2022, 2023) volta a correr com o peso das expetativas. Kopecky é explosiva nas subidas, resistente nos paralelos e tem um dos sprints mais temíveis num grupo reduzido. Embora tenha caído cedo em 2024, recuperou para terminar em quinto e venceu Paris-Roubaix logo depois. Corre em casa, conhece o terreno como ninguém e, se estiver bem colocada no topo do Paterberg, será muito difícil de bater.

Marianne Vos (Visma | Lease a Bike)

A melhor ciclista de todos os tempos não precisa de apresentações. Aos 37 anos, ainda compete ao mais alto nível e só perdeu por pouco em Sanremo este ano. A única vitória de Vos na Volta à Flandres data de 2013, mas a neerlandesa continua a ser uma das ciclistas mais letais em finais caóticos. Ignorá-la é sempre um erro.

Puck Pieterse (Fenix-Deceuninck)

Aos 22 anos, Pieterse é um dos nomes em ascensão mais emocionantes do ciclismo. Campeã mundial de BTT, já se mostrou na estrada com um sexto lugar aqui em 2024 e um top-10 em Sanremo este ano. Combina técnica com força bruta e adora terrenos irregulares. Pode ainda não estar pronta para vencer, mas ninguém a vai querer levar na roda para o final.

Katarzyna Niewiadoma (Canyon//SRAM)

Vice-campeã no ano passado e vencedora da Volta a França Feminina no verão passado, Niewiadoma é uma das grandes trepadoras do pelotão feminino. É versátil, inteligente e resistente. Ainda assim, a sua forma recente levanta dúvidas: foi apenas 37ª na Dwars. Domingo dirá se foi apenas um dia mau ou um prenúncio de algo mais sério. Se estiver bem, pode disputar novamente.

Veredito

A edição de 2025 da Volta à Flandres feminina promete uma corrida explosiva, aberta e marcada pela agressividade. Longo Borghini defende o título, Kopecky quer revalidar o seu trono e Vos quer provar que ainda tem muito para dar. Mas com jovens como Pieterse e talentos como Niewiadoma à espreita, esta pode ser uma das edições mais imprevisíveis de sempre.

Domingo, a estrada vai decidir.