Uma das equipas mais faladas (e não pelos melhores motivos) do pelotão divulgou hoje o seu alinhamento para a
Volta a Itália, falo da
Team Visma | Lease a Bike, que fez a formalidade de oficializar 8 que já se conhecia há muito, liderado por
Simon Yates e
Wout Van Aert.
Uma das perguntas que mais se tem ouvido ou lido nos últimos tempos é "O que é que se passa com a Visma?". Será possível ter estragado uma equipa que somou 69 vitórias em 2023, incluindo as 3 grandes voltas, para a transformar numa equipa com 13 vitórias, 26 pódios e 60 top 10 no inicio de maio de 2025. Ainda, podemos ver o copo meio cheio e referir que apenas 5 das 13 vitórias provieram de 2 dos melhores ciclistas da equipa: Jonas Vingegaard e
Olav Kooij. O neerlandês vai estar neste Giro, vamos conhecer quem o acompanhará.
Alinhamento da Team Visma | Lease a Bike para a Volta a Itália
Wout Van Aert
Edoardo Affini
Wilco Kelderman
Olav Kooij
Bart Lemmen
Dylan Van Baarle
Simon Yates
Uma liderança tripartida da Visma para esta Volta a Itália. Simon Yates é a opção para a geral, era o que estava planeado desde o inicio do ano e não houve alterações, ao contrário do outro ciclista que acompanharia Yates neste objetivo: Cian Uijtdebroeks, que continua a ser incomodado por uma lesão e acaba por falhar a corrida.
Yates tem feito uma temporada abaixo dos radares, com um 14º lugar no Tirreno e um 9º na geral da Catalunha, seguindo-se depois um estágio de altitude. É uma abordagem que já vimos no britânico noutras temporadas, olhar para as corridas de 1 semana como corridas de preparação e obter o pico de forma na 3ª semana da grande volta, nesta temporada terão que ser 2 picos, já que estará ao lado de Vingegaard na Volta a França. Yates é um ciclista com alguma consistência e acabará por fechar no top 10.
Wout Van Aert é outro dos líderes. Vai, finalmente, estrear-se no Giro, depois de uma lesão o ter impedido em 2024. Muitos criticam o belga pela temporada de clássicas, na minha opinião o balanço é positivo, 4º nos monumentos Volta à Flandres e Paris-Roubaix, 2º na Flèche Brabançonne e Dwars Door Vlaanderen, houve sempre alguém mais forte, mas é uma regularidade impressionante, que o coloca no top 10 dos ciclistas com mais pontos este ano.
Nas grandes voltas, o cenário tem sido bem diferente para o belga, com muito mais sucesso que nas clássicas e creio que isso voltará a repetir-se, Van Aert vai ganhar pelo menos uma etapa e andar na luta pela magglia ciclamino (classificação por pontos).
Olav Kooij é o terceiro líder da formação neerlandesa, numa corrida que lhe é familiar, onde venceu uma etapa na estreia em 2024, mas há dúvidas relativamente ao sprinter, já que partiu a clavícula na Gent Wevelgem e não competiu desde aí, antes disso, acumulara 3 vitórias e um top 10 na Milan-Sanremo, seria ouro sobre azul para a Visma que Kooij consiga estar totalmente recuperado, porque nessas condições, é um dos principais favoritos a ganhar nas etapas rápidas.
Kelderman deverá ser o braço direito de Yates nas montanhas, ele que está longe das prestações de outros anos em provas de 1 semana, foi 40º na Volta ao Algarve, 21º na Catalunha e 17º no País Basco, o que, apesar de tudo, mostra uma trajetória ascendente, Yates precisa do melhor Kelderman a seu lado para atacar o top 10 da geral.
O veterano Kruijsvijk, provavelmente na sua última temporada como profissional, regressa ao Giro 5 anos depois e também será importante, caso se mantenha afastado dos azares. Abandonou 4 das últimas 6 grandes voltas em que alinhou, nas duas que concluiu terminou no top 20 e isso demonstra a sua grande qualidade, que penso que poucos levantam dúvidas.
Lemmen e Van Baarle vão trabalhar na média montanha, dois grandes motores, no caso de Van Baarle acompanhou Vingegaard nas vitórias no Tour e essa experiência pode ser aportada para esta competição. Affini corre em casa e será que vai finalmente quebrar o enguiço e ganhar no Giro? Este ano, Ganna não estará presente e isso abre algumas possibilidades ao campeão europeu de contrarrelógio. Nas etapas em linha, terá um trabalho de proteção aos líderes.
Original: Miguel Marques