Entre os dias 3 e 7 de julho, a Volta a Portugal Feminina vai para a estrada pelo 4º ano consecutivo, numa edição particularmente especial da prova. Isto porque é a primeira edição da "Grandíssima" como prova do calendário feminino da UCI. Foi anunciado em dezembro do ano passado que a corrida subiria ao escalão UCI 2.2, uma verdadeira prova da evolução do ciclismo feminino dentro de fronteiras.
Como tal, a qualidade do pelotão evoluiu substancialmente em relação a anos anteriores, com equipas como a Arkéa - B&B Hotels Women e a Eneicat - CMTeam (de Daniela Campos) a fazer parte do leque de ciclistas que irão alinhar em cinco dias de competição. Serão percorridos 442,9 quilómetros no total, com início em Canelas e final em Lisboa, com um contrarrelógio individual.
A 1ª etapa liga Canelas a Águeda, em 96,4 quilómetros, num dia em que é muito provável assistir-se a uma chegada a um sprint em ligeira subida. Ainda existem duas contagens de 4ª categoria nos últimos 20 km, a última das quais com alto a 7,7 km do final, pelo que é bem capaz de existir alguma tentativa de surpreender as favoritas.
A 2ª jornada é dia de chegada em alto com 119,9 km a ligar Mealhada a Sever do Vouga, com final numa contagem de 2ª categoria, com 3,9 km de extensão. Um dia algo acidentado, mas sendo esta a única subida categorizada do dia, não deverão ser feitas diferenças entre as favoritas até à fase final da etapa.
A 3ª etapa é mais um dia desafiante para o pelotão, sendo a mais longa de toda a Volta a Portugal Feminina. 121,9 km entre Pombal e Anadia, uma jornada traiçoeira com uma subida de 3ª categoria com 2,4 km a terminar a 5,4 km da chegada. Em seguida, as ciclistas descem até ao último quilómetro, pelo que este pode muito bem ser um dia para a geral. Caso nenhum ataque vingue, o mais provável é a etapa ficar decidida com um sprint em grupo reduzido.
A penúltima etapa (última em linha) tem 92,5 km e liga Torres Vedras a Póvoa de Santa Iria. É um dia bastante acidentado, o que pode encorajar uma iniciativa mais ousada por parte de quem precisar de ganhar tempo antes do contrarrelógio final. Ainda assim, o mais provável é mesmo a etapa ser decidida ao sprint, uma vez que a última dificuldade do dia ainda termina a alguma distância da meta (a última subida categorizada, termina a 28,7 km do fim).
Por último, Lisboa recebe o contrarrelógio decisivo da 4ª Volta a Portugal Feminina. 12,2 km com partida e chegada na Praça do Comércio, não é um percurso 100% plano mas não deixa de ser técnico que chegue para a vitória sorrir a uma especialista
O pelotão da Volta a Portugal Feminina vai contar com 19 equipas e mais de 120 ciclistas, naquele que é (mas de longe) o melhor pelotão que a corrida já recebeu. 11 equipas estrangeiras, com destaque para 7 que atuam no escalão continental. O pelotão contará com Eneicat - CMTeam, Arkéa-B&B Hotels Women, Cynisca Cycling, DAS - Hutchinson - Brother UK (onde alinha a portuguesa Vera Vilaça), Team Coop - Repsol, Aromitalia 3T Vaiano e Soltec Iberoamérica.
Entre as equipas de clube, destaque para a Cantabria Deporte/Rio Miera, que conta com Beatriz Roxo, Beatriz Pereira e Marta Carvalho nas fileiras. A Abadiño Cycling Academy, a Universitat Politècnica de València (de Iris Gomez, terceira na 1ª Volta, em 2021) e a CCB p/b Levine Law Group completam o leque de equipas estrangeiras presentes na "Grandíssima".
As restantes são 8 equipas portuguesas, com destaque para a Matos Mobility - Flexaco Cycling Team que tem estado a um nível incrível nesta temporada e já ganhou uma etapa na edição de 2023, colocando também Ana Caramelo no top5 final. A Tavira/Extremosul/SC Farense e a Maiatos também se têm mostrado a um bom nível, enquanto equipas como a Academia de Ciclismo Efapel e a Cantanhede VESAM podem ser "dark horses" na Volta, assim como a Vertentability Cycling Team, projeto que está em ano de estreia. O pelotão fica completo com as equipas da Korpo Activo e da CDASJ/Cyclin'Team/Município de Albufeira, que tem alcançado resultados interessantes em 2024.