Wout van Aert fala da pressão constante: “Na Bélgica, mesmo quando não corres, és o tema principal”

Ciclismo
sábado, 12 abril 2025 a 12:30
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A Bélgica é, desde sempre, um viveiro de lendas do ciclismo. No entanto, a glória do passado pesa sobre os ombros das estrelas atuais. Num país onde o ciclismo é mais do que um desporto, é cultura popular, qualquer resultado é amplificado — sobretudo quando se fala de nomes como Wout van Aert. Na antecâmara do Paris-Roubaix, o líder da Team Visma | Lease a Bike voltou a abordar a enorme pressão que sente por parte dos media e adeptos belgas.
“Não consigo escapar-lhe. Depois de uma derrota, posso ficar preso na minha desilusão durante alguns dias e ter dificuldade em ultrapassá-la, especialmente nas corridas de um dia”, confessou ao Het Laatste Nieuws.
O belga, no entanto, revela que essa carga emocional é mais fácil de gerir nas Grandes Voltas, onde há mais tempo para recuperar e redefinir objetivos. “Essa é também a razão pela qual me saio bem nas Grandes Voltas. Já me aconselharam a não ler os jornais, mas, literalmente, onde quer que eu vá, à padaria ou a casa de um amigo, começam a falar do assunto.”
Ao longo da sua carreira, Van Aert tem sido o eterno rival de Mathieu van der Poel, uma rivalidade que começou no ciclocrosse e se estendeu com intensidade para a estrada. Embora tenha dominado nos primeiros anos, a maré virou, e o ciclista da Alpecin-Deceuninck tem estado por cima — com títulos e monumentos que elevam ainda mais a fasquia.
Contudo, mesmo com essa concorrência feroz, as críticas à falta de vitórias retumbantes de Van Aert nas clássicas da primavera têm sido severas, ignorando por vezes as quedas, lesões e condicionantes que marcaram as suas campanhas. “Quanto mais velho fico, mais fácil é”, admite, referindo-se à forma como lida com a pressão mediática.
Mas dá um exemplo claro de como a cobertura belga tende a ignorar feitos externos quando ele está em prova: “Durante o fim de semana de abertura, tive a sensação de que a notícia era que eu tinha corrido mal, enquanto Soren Waerenskjold ganhou a Omloop de uma forma fantástica. Não havia quase nada sobre isso nos jornais de segunda-feira.”
Com o Paris-Roubaix à porta, Van Aert volta a ser uma das figuras centrais de uma corrida em que já subiu ao pódio, mas ainda não venceu. Perseguido por lesões e expectativas, procura agora, mais do que nunca, uma performance que silencie as dúvidas — e que devolva ao público belga o campeão que tanto exige.
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