Simon Yates pode ter conquistado a tão desejada Camisola Rosa na Volta à Itália de 2025, mas dentro da
Team Visma | Lease a Bike não restam dúvidas de que a contribuição de
Wout van Aert foi crucial para o sucesso colectivo. De acordo com Mathieu Heijboer, chefe de desempenho da formação holandesa, Van Aert realizou a melhor hora da sua carreira na subida decisiva ao Colle delle Finestre.
Em declarações à Cycling Weekly, Heijboer descreveu a exibição de Van Aert na 20.ª etapa como sem precedentes, mesmo para os elevados padrões do belga.
"O Wout van Aert teve o melhor desempenho de uma hora da sua carreira", revelou Heijboer. "Nunca pedalou tão rápido durante sessenta minutos como no Finestre. Deu tudo para chegar ao topo e poder apoiar o Simon nos últimos 15 quilómetros e isso diz tudo."
Van Aert integrou a fuga do dia e após alcançar o topo da Finestre, aguardou por Yates para o rebocar pelas estradas em direcção a Sestriere. Um movimento altruísta e tacticamente perfeito, que voltou a evidenciar a união do colectivo após uma primavera atribulada.
"Essa união e esse compromisso partilhado são algo que construímos na preparação para a corrida e que nos foi recompensado, sobretudo nesta fase decisiva", acrescentou Heijboer.
A actuação de Van Aert foi inclusive comparada de forma favorável com os desempenhos históricos que protagonizou nas Voltas a França de 2022 e 2023, onde teve papel vital nas vitórias de Jonas Vingegaard com a Camisola Amarela. Contudo, desta vez, em solo italiano, o seu trabalho de apoio revelou-se ainda mais crucial.
A coesão estratégica da equipa foi uma constante ao longo das três semanas de competição. Heijboer destacou não apenas o rendimento de Yates no Finestre, mas também o esforço colectivo em diferentes frentes.
"O Simon fez uma subida muito boa no Finestre", referiu Heijboer, "mas, olhando para o Giro no seu todo, penso que como equipa o colocámos sempre em boa posição e ele beneficiou muito dos nossos outros objectivos, como as chegadas ao sprint com o Olav Kooij."
Reconheceu também o equilíbrio entre preparação meticulosa e o factor sorte que ajudou a manter a formação no controlo durante três semanas imprevisíveis. "Não nos podemos queixar da sorte que tivemos na etapa da Eslovénia, quando muitos homens caíram, mas foi a qualidade do nosso grupo como equipa que nos manteve sempre na frente", concluiu.