Francesco Moser elogia Simon Yates e critica a UAE: "Ele vingou-se"

Ciclismo
segunda-feira, 02 junho 2025 a 19:35
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No último dia da Volta a Itália de 2025, Francesco Moser, figura lendária do ciclismo italiano e vencedor da Corsa Rosa em 1984, partilhou as suas impressões sobre a penúltima etapa e os protagonistas que marcaram esta edição.
Ao refletir sobre a vitória de Simon Yates do Colle delle Finestre, precisamente na subida onde perdeu a Camisola Rosa em 2018, Moser destacou a carga emocional do momento para a Bici Sport. “Já tinha acontecido em 2018 que o golpe foi ali e atingiu o próprio Simon”, recordou Moser. “Ele vingou-se. Quando chegou ao topo, percebeu-se que não conseguia conter a emoção”.
O italiano lembrou ainda como Yates dominara grande parte dessa Volta a Itália de 2018, apenas para sucumbir nos dias decisivos de alta montanha. “Ele tinha mantido a camisola e tinha sido forte nesse Giro”, disse Moser. “Mas aquele dia deu-lhe um golpe final”.
Moser evocou também o desfecho em Bardonecchia, onde Chris Froome protagonizou o histórico ataque de longe. “Lembro-me de chegar lá e ver todos os carros da Sky alinhados. Perguntei-me: 'O que é que eles estão a fazer aqui?' Mais tarde, percebi. Tinham preparado tudo com antecedência”.
Sobre as tácticas na dramática etapa 20, envolvendo Richard Carapaz e Isaac Del Toro, Moser não hesitou em apontar falhas.
Carapaz e Del Toro na Volta a Itália 2025
Carapaz e Del Toro na Volta a Itália 2025
“Deviam ter colocado um homem na fuga, como fizeram com o Van Aert, que foi decisivo”, avaliou. “Mas também precisavam de apoio de companheiros de equipa e isso não aconteceu. Penso que lhes faltava força. Viu-se que nem na descida tentaram organizar a perseguição”.
As tensões entre Carapaz e Del Toro ficaram expostas nos momentos finais, com ambos a trocarem críticas. “Houve até escaramuças entre os dois”, comentou Moser. “Carapaz disse que Del Toro fez uma corrida má. Del Toro respondeu: ‘Cada um pode pensar o que quiser’. Eu? Distraí-me e já nem percebia muito do que se estava a passar”.
Apesar dos episódios, Moser considerou a edição de 2025 bastante positiva. “Foi um bom Giro”, afirmou. “Eu torci pelo Del Toro. Ele é jovem e não teria sido mau se tivesse ganho. Mas gastou muita energia a defender a camisola durante tantos dias. Foi assim. Ainda tem muito tempo para conquistar grandes vitórias”.
Moser não poupou elogios a Giulio Pellizzari, que brilhou na última semana depois de se ter libertado das funções de gregário de Roglic. “No fim, sexto lugar na geral é um bom Giro”, destacou Moser.

“Na última semana, quando já não estava a ajudar o Roglic, andou muito bem. Perdeu tempo à espera de Roglic, o que afectou a sua classificação. Depois ainda teve aquela queda perto da meta, que não foi decisiva, mas teve algum impacto”. Sobre as características do jovem italiano, Moser foi claro: “Ele é um trepador e na Volta a Itália, com tantas subidas, é fundamental seres um verdadeiro trepador”.
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