O único caso de fraude mecânica no ciclismo até à data, um motor descoberto pela
UCI numa bicicleta pertencente a Femke Van den Driessche, nunca foi totalmente esclarecido. No podcast Fichebak do Sporza, o então selecionador nacional Rudy De Bie e o então diretor desportivo Jos Smets partilharam as suas opiniões.
"Estávamos a meio da corrida e Femke já não tinha hipóteses de obter um bom resultado quando recebi uma mensagem a dizer que tinha de ir às boxes do circuito de Zolder", conta De Bie no nosso podcast Fichebak.
"No momento em que entrei na sala, retiraram o selim com o espigão do quadro e vi aparecerem fios. Não vou dizer que o meu mundo se desmoronou nessa altura, mas foi algo do género: 'Isto não pode ser possível, pois não?'"
Jos Smets, então diretor desportivo da Belgian Cycling, também esteve presente na sala nesse dia. "Ainda vejo aquela bicicleta. O selim foi retirado e os fios pendurados. Era claramente uma bicicleta com um motor".
Smets não conseguia acreditar no que via. "Ninguém conseguia acreditar no que estava a acontecer ali. Era algo irreal e, de repente, torna-se realidade. Isto acontece em Zolder, num Campeonato do Mundo no nosso próprio país, com um atleta belga. Isso não nos faz sentir bem. Foi vergonhoso".