Embora o calendário do ciclocrosse esteja em pleno andamento há um mês e já tenhamos um novo campeão europeu, a
Taça do Mundo ainda não arrancou. Depois de não ter ido de encontro ao interesse dos melhores ciclistas do pelotão em formar uma "Liga dos Campeões" da
UCI, a organização fez várias alterações, criando uma "Taça do Mundo compacta" que incluirá 12 rondas no espaço de dois meses. Esperemos que isto traga uma tendência positiva e que a ameaça de "sanções" que
David Lappartient fez não se concretize.
"Queremos de facto envolver mais os ciclistas na Taça do Mundo UCI e encorajá-los a participar em todas as rondas", confirma Peter Van den Abeele, ao
Het Nieuwsblad. "Assim optámos, em consulta com o detentor dos direitos da UCI World Cup Flanders Classics, por organizar menos etapas este ano, por um lado, e por outro encurtar o período que as etapas se realizam. Desta forma teremos uma Taça do Mundo mais compacta".
No ano passado tivemos catorze etapas da Taça do Mundo, com a primeira a 15 de outubro, mas agora há apenas doze, sendo a primeira apenas a 24 de novembro. Em 26 de janeiro, ou seja, apenas dois meses depois, a última ronda terá lugar em Hoogerheide. Van den Abeele espera que este seja um passo na direção certa.
"Essa não foi a única coisa que fizemos para garantir que os melhores ciclistas participem nas corridas da Taça do Mundo", continua. "Também demos a certas rondas da Taça do Mundo o estatuto de 'ciclocrosse protegido'." Uma delas será a Taça do Mundo de Besançon, no final de dezembro."
O que é que isso significa exatamente para os ciclistas? "Isto significa que nenhuma outra prova internacional de ciclocrosse poderá estar calendarizada no dia anterior. Desta forma vai obrigar os ciclistas a deslocarem-se a Besançon e a não faltarem porque têm um contrato com outra prova de ciclocrosse no dia anterior", explica Van den Abeele.
O presidente David Lappartient sugeriu no inverno passado que a UCI estria na disposição de sancionar os ciclistas que continuem a fugir a certas corridas da Taça do Mundo. Van den Abeele não descarta essa possibilidade, mas espera não sejam necessárias tomar tais medidas: "Se virmos que a tendência de saltar etapas continua, então poderemos ter de usar a força e poderemos ter de tomar medidas ainda mais duras. Mas com toda a honestidade, não creio que isso seja necessário".