Apesar de nunca ter estado perto de ameaçar o sétimo título mundial de Mathieu van der Poel, no passado domingo, Wout Van Aert fez um boa prova no Campeonato do Mundo. Se tivesse partido da primeira linha, poderia ter ganho em Liévin? Nunca saberemos. Mas é sem dúvida uma questão a considerar pela UCI, que quer premiar os crossers "puros" que competem regularmente na Taça do Mundo...
O antigo campeão do mundo de ciclocrosse Niels Albert deu a sua opinião sobre este dilema na coluna do Het Laatse Nieuws: "Foi a grande questão antes, durante e depois do Campeonato do Mundo: deveria ter sido dada uma melhor posição na linha de partida a Wout van Aert? Actualmente os regulamentos protegem os ciclistas de ciclocrosse puro e se tiverem de se fazer escolhas, é assim que funciona. Não queremos que no próximo ano venham dez ciclistas de estrada e comecem na primeira linha, só porque também lhes apetece participar no Campeonato do Mundo de ciclocrosse."
"Por outro lado: Wout não é apenas um corredor de estrada. A UCI devia ter um pouco mais em conta os seus méritos no ciclismo", considera o antigo ciclista. "Agora só olham para os pontos de ciclocrosse que ele acumulou, mas também podiam ter contado os pontos dele na estrada."
"Por outro lado, a expensas de quem é que se deixa o Wout subir? Os outros rapazes estiveram a correr toda a época pela sua posição na linha de partida. Talvez o Wout devesse ter corrido um pouco mais. Uma ronda extra da Taça do Mundo poderia ter feito a diferença. O Wout sabia que esta era a regra".
Segundo Albert, a moeda tem dois lados e nunca é fácil escolher um deles. "Mas é exactamente por isso que temos de refletir sobre o regulamento de base. Os tempos mudaram. Cada vez mais se vêm ciclistas de topo que apenas cumprem um calendário limitado no inverno. Poderia ser dada uma oportunidade a cada país de escolher as posições de partida a quem merece, mas poderão os selecionadores nacionais decidir quem vão colocar em cada linha de partida?"