A Paris-Roubaix, o "Inferno do Norte", é uma das corridas mais duras e emocionantes do ano e talvez a sua caraterística mais notável seja o setor empedrado do Trouée d'Arenberg. Os sectores são importantes e, todos os anos, os ciclistas costumavam entrar neles a velocidades extremamente elevadas, o que levava ao receio de quedas. Em 2024, foi introduzida uma chicane artificial para abrandar esse risco e o resultado foi aparentemente positivo, mas em 2025 foi posta no papel uma alternativa.
Os ciclistas entrariam normalmente no estreito sector empedrado a velocidades de 60 km/h e, numa estrada em tão mau estado, os furos e as quedas poderiam conduzir a situações caóticas. Como o pelotão se torna cada vez mais rápido todos os anos, e a luta pelo posicionamento envolve cada vez mais ciclistas, os receios aumentaram exponencialmente. Foi uma decisão muito controversa, mas os organizadores da corrida decidiram inserir uma chicane artificial mesmo antes do início do setor, de modo a reduzir a velocidade dos ciclistas no sector. A decisão foi recebida com reações positivas, sobretudo por parte dos ciclistas que procuravam uma corrida mais segura, mas também com muitas críticas - mesmo por parte do atual campeão Mathieu van der Poel. Alguns fãs argumentaram mesmo que a chicane criava um maior risco de quedas, o que não aconteceu.
A corrida teve lugar e, aparentemente, a chicane não afetou negativamente a corrida e a única consequência da alteração foi mesmo a entrada no sector a velocidades mais baixas. No entanto, esta não se tornaria uma "solução" permanente e, com a revelação do percurso deste ano, os organizadores da corrida revelaram uma mudança de percurso antes do sector, em que os ciclistas entram na cidade de Arenberg numa direção diferente. Esta alteração significa que os ciclistas não terão uma linha reta e uma saída plana diretamente para a estrada empedrada, mas sim uma abordagem mais técnica, com algumas curvas antes de entrarem no setor, o que reduzirá as velocidades e também evitará que o pelotão entre mais agrupado.
Thierry Gouvenou, criador do percurso, explicou a razão desta mudança num comunicado de imprensa: "Este ano, encontrámos uma alternativa que nos permite abrandar os ciclistas de uma forma mais fluida, através de um pequeno desvio que passa ao lado da mina de Arenberg. Com esta introdução, haverá quatro curvas em ângulo reto no quilómetro que antecede o Trouée d'Arenberg", explica.
😈 Here is the route of the 122nd edition of #ParisRoubaix!
— Paris-Roubaix (@parisroubaix) February 5, 2025
📏 259,2 km, 30 cobbled sections
➡️ Two sections added to the route before the Trouée d'Arenberg (sectors 24 and 23 of Artres and Famars)
➡️ Immediate approach to the Trouée d'Arenberg is also modified via a small… pic.twitter.com/Zxs2LTHG7R