Teremos ciclocrosse no Jogos Olimpicos de inverno em La Planche des Belles Filles 2030?

Ciclocrosse
segunda-feira, 23 junho 2025 a 7:00
mathieuvanderpoel cyclocross
Ora aí está uma frase que poucos esperariam ler: ciclocrosse em La Planche des Belles Filles. Mas essa possibilidade poderá tornar-se realidade, caso a candidatura francesa aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2030 seja aceite tal como está. O comité organizador quer introduzir o ciclocrosse no programa olímpico e o local proposto é precisamente um dos pontos mais icónicos do ciclismo moderno de estrada.
Segundo o L’Équipe, a proposta foi formalmente apresentada e começa a ganhar força nos bastidores do desporto internacional. La Planche des Belles Filles, subida de culto para os adeptos da Volta a França, seria transformada num palco lamacento e técnico para acolher a intensidade explosiva do ciclocrosse. A ideia pode parecer ousada, mas tem conquistado apoios relevantes, tanto no plano desportivo como político.
O presidente da UCI, David Lappartient, é um dos rostos visivelmente entusiasmados com este projecto e não está sozinho. Michel Barnier, antigo primeiro-ministro francês e membro do comité organizador dos Jogos de Inverno de 2030, esteve presente nos Mundiais de Ciclocrosse de 2025, em Liévin. “Fiquei muito impressionado com o sucesso popular do ciclocrosse”, confessou, reforçando o apelo do espetáculo.
Mathieu van der Poel e Sonny Colbrelli lado a lado. A beleza do ciclocrosse pode chegar aos Jogos Olimpicos de Inverno em 2030.
Mathieu van der Poel e Sonny Colbrelli lado a lado. A beleza do ciclocrosse pode chegar aos Jogos Olimpicos de Inverno em 2030.
La Planche des Belles Filles está indelevelmente marcada na memória recente do ciclismo: foi ali que Tadej Pogacar, no célebre contrarrelógio final da Volta a França de 2020, destronou dramaticamente Primoz Roglic. Em 2022, a subida ganhou uma nova variante ainda mais dura — a "Super Planche" — com um final em gravilha. Mas nem o mais fervoroso adepto imaginaria este cenário: bicicletas de ciclocrosse a subirem, escavarem e deslizarem nesta montanha dos Vosges em pleno inverno olímpico.
Para Jean-Pierre Lefèvre, coordenador da proposta, a lógica é clara: “Estamos a apenas quatro horas da Bélgica e dos Países Baixos, onde o ciclocrosse é parte da identidade nacional. Sabemos como organizar, temos tradição e temos o público. Pode ser uma celebração fantástica.”
A eventual inclusão da modalidade nos Jogos pode também transformar profundamente o seu estatuto competitivo. O ciclocrosse sempre foi uma disciplina vibrante, mas algo marginal em relação às restantes modalidades olímpicas de ciclismo. A presença no maior palco desportivo mundial abriria novas portas, visibilidade e oportunidades para uma geração inteira de atletas.
E claro, não se pode evitar pensar no nome de Mathieu van der Poel. O holandês conquistou no início deste ano o seu sétimo título mundial de ciclocrosse, estabelecendo um novo recorde. Em 2030 terá 35 anos. Quer ainda esteja a competir ou não, a oportunidade de conquistar o ouro olímpico no ciclocrosse completaria a trilogia de um ciclista que já competiu nas disciplinas olímpicas de estrada e de BTT.
Para já trata-se apenas de uma candidatura. Mas a ideia de ver bicicletas a rasgar os trilhos envoltos pela neve e pela lama em La Planche des Belles Filles, no coração dos Jogos Olímpicos de Inverno, deixa de certeza absoluta, qualquer adepto de ciclismo a sonhar.
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