Matej Mohoric não vai recordar 2025 como o melhor dos seus anos. No entanto, no seu último arranque competitivo da temporada, o esloveno conseguiu dar um final relativamente positivo à sua difícil campanha. O terceiro lugar no
Campeonato do Mundo de Gravel no Limburgo foi, sem dúvida, um dos raros pontos altos de 2025 para Mohoric.
"Se alguém me tivesse perguntado antes de partir, eu teria assinado logo",
disse Mohoric ao Bici.pro, referindo-se à medalha de bronze. O ex-campeão mundial desta disciplina tinha, normalmente, ambições mais altas, mas, dada a complexidade da época, alcançar uma medalha foi um grande sucesso. Até porque o percurso deste ano não foi exatamente ideal para o estilo de Mohoric, que teria preferido segmentos mais técnicos e exigentes.
"Este percurso foi ainda mais fácil do que o do ano passado. Havia menos zonas onde se podia fazer a diferença com as pernas. Menos secções técnicas, onde o grupo se estica. Por isso, o fator tático e estratégico foi ainda mais importante, do ponto de vista das equipas."
"Aos 60 minutos, surgiu uma fuga perigosa de seis ou sete ciclistas, incluindo muitos belgas e colegas de equipa", contou. "Consegui fechar a brecha, mas os quatro ciclistas que acabariam por determinar a corrida, incluindo o Florian Vermeersch, lançaram um contra-ataque. Aí percebi que esse era o momento chave, mas, como disse, o percurso não ajudava a gerir essa situação."
Mohoric conseguiu juntar-se ao grupo seleto que iria disputar a camisola arco-íris, mas acabou por se deparar com a vantagem numérica da Bélgica, que tinha três homens na frente. A equipa belga executou a estratégia na perfeição, lançando Florian Vermeersch numa fuga a solo rumo à vitória.
"Aconteceu quando fui com o Tom Pidcock. Ele marcou o ritmo e eu fui para o contra-ataque: é difícil fechar todos. No final, quando estava sozinho na frente, encontrei o meu ritmo e as minhas pernas, que estavam razoavelmente boas. Apesar de estar bastante cansado, depois de uma época exigente e das últimas semanas complicadas", explicou Mohoric.
Mohoric chegou a formar uma dupla com o suíço Felix Stehli, mas o ciclista da Team Vorarlberg, de nível continental, não tinha a força necessária para acompanhar os fugitivos.
"Fiquei um pouco desiludido com o facto de o meu companheiro de fuga, o suíço Stehli, não ter tido grandes hipóteses. Mas sei que ele deu tudo o que tinha: quando estava a dar força, via-se que estava cansado. Podia ter ficado na roda e não ter assumido o controlo, mas em vez disso contribuiu. Talvez se o Pidcock estivesse no seu lugar, pudéssemos ter regressado, mesmo que fosse muito difícil."
No final do dia, Mohoric reconheceu que o novo campeão do mundo, Florian Vermeersch, fez mais do que o suficiente para conquistar a vitória.
"Florian foi incrivelmente forte e, na minha opinião, era o favorito número um. Ele mereceu esta camisola. Ele é verdadeiramente forte nesta disciplina. Já no Ruanda, no Campeonato do Mundo, não se pode imaginar o trabalho que ele fez para o Remco Evenepoel. Via-se que ele estava a ir muito bem."