O BTT prepara-se para despedir-se de um dos maiores ícones da modalidade.
Nino Schurter, campeão olímpico em 2016 e dez vezes campeão do mundo de XCO, anunciou que 2025 será a sua última época como profissional. Aos 39 anos, o suíço admite já não ter nada a provar e fará a sua despedida em casa, diante do público de Lenzerheide, em setembro.
“Querida família do BTT e não só. Nas últimas duas décadas, dediquei o meu corpo, a minha mente e a minha alma ao BTT. Um desporto lindo, mas também brutal a nível profissional. Ou se ganham corridas, ou se é um candidato, ou se está fora. Não há lugar para passeios. É tudo ou nada. 24 horas por dia, sete dias por semana”, declarou Schurter na sua mensagem de despedida.
A temporada de 2025 é também a primeira desde 2020 em que Schurter não conseguiu uma grande vitória, sinal de que o fim da linha estava próximo. Ainda assim, a sua carreira deixa uma marca inigualável. O suíço estreou-se em Campeonatos do Mundo em Lugano 2003, como um jovem à procura de um sonho, e saiu de lá com a primeira medalha internacional. O que se seguiu foi uma hegemonia absoluta: vitórias em mais de metade dos Mundiais disputados desde então, um ouro olímpico no Rio de Janeiro e a lendária temporada de 2017, em que venceu todas as etapas da Taça do Mundo de XCO, incluindo o título mundial.
Corridas finais
“Tem sido uma viagem dos diabos. Mas agora chegou a altura. É altura de deixar a minha mente respirar e de passar mais momentos com as pessoas que me apoiaram ao longo de tudo isto. Este ano dá-me a oportunidade de me despedir de forma perfeita. Crans-Montana será o meu último Campeonato do Mundo de XCO e Lenzerheide, a minha corrida preferida, será a minha última Taça do Mundo. Duas corridas em casa, não podia ter pedido melhor.”
Nino Schurter fez ainda questão de agradecer aos fãs que o acompanharam desde o início: “Vocês tornaram esta viagem inesquecível. Foi por vossa causa que me esforcei mais. E vocês foram a magia por detrás das medalhas.”
Com mais de duas décadas ao mais alto nível, Schurter deixa o BTT como uma verdadeira lenda, não apenas pela quantidade de títulos, mas pela forma como moldou e elevou o desporto. A sua despedida em solo suíço promete ser um dos momentos mais emocionantes da temporada de 2025.